O teletrabalho pós Covid 19 e a produtividade dos teletrabalhadores

Abstract

O ano de 2020, sem dúvida, foi o ano que mais trouxe mudanças para a economia global e para o mundo do trabalho. Por conta do surto pandêmico, nomeadamente a Covid-19, o confinamento e o isolamento social foram as principais soluções encontradas como forma de evitar a propagação em massa da doença, além de outras medidas sanitárias como o uso de máscaras, a frequente lavagem das mãos e a utilização de álcool para desinfecção de possíveis áreas infectadas. No âmbito laboral, verificou-se um aumento exponencial do regime de teletrabalho, quer seja obrigatório, quer seja recomendado, resultado de várias medidas drásticas, fruto da emergência de saúde pública. No geral, apenas as atividades classificadas como essenciais seguiram no trabalho presencial. O teletrabalho mostrou ser um fator importante para garantir a continuidade das atividades económicas, sem causar danos irreversíveis na economia mundial. Uma grande parte da população ativa foi instruída a ficar em casa e continuar a trabalhar remotamente – caso as suas funções o permitissem – assim que entraram em vigor o encerramento das medidas mais rígidas de confinamento. As organizações que já praticavam o teletrabalho, bem como as organizações que nunca tinham experimentado esta modalidade antes da pandemia, começaram a deixar o seu pessoal em casa, criando as condições para a maior experiência de teletrabalho em massa já vivida na história. É inegável que uma das vantagens do teletrabalho para as empresas é o aumento do nível de produtividade. Graças as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) e a evolução da digitalização não há mais limitação de espaço geográfico e, com exceção de determinadas atividades que são exclusivamente presenciais, se pode perfeitamente trabalhar de qualquer lugar do mundo. Entretanto, não se pode deixar de mencionar que existem pontos negativos a serem tratados como o respeito ao direito a desconexão e as normas de saúde e segurança no trabalho, por exemplo. Diante deste cenário, o presente estudo tem como objetivo analisar de que forma a pandemia impactou o modelo de trabalho tradicional, analisar o teletrabalho pós Covid-19 e a produtividade dos teletrabalhadores, trazendo reflexão sobre a viabilidade de uma mudança definitiva do modelo de trabalho frente a legislação laboral do Brasil, Portugal e Espanha.

The year 2020 undoubtedly brought the most significant changes to the global economy and the world of work. Due to the pandemic outbreak, namely Covid-19, confinement and social isolation were the main solutions found to prevent the mass spread of the disease, along with other sanitary measures such as the use of masks, frequent hand washing, and the use of alcohol for disinfecting potentially infected areas. In the labor field, there was an exponential increase in the adoption of remote work, whether mandatory or recommended, as a result of various drastic measures due to the public health emergency. Overall, only activities classified as essential continued with in-person work. Remote work proved to be a crucial factor in ensuring the continuity of economic activities without causing irreversible damage to the global economy. A large part of the active workforce was instructed to stay home and continue working remotely — if their functions allowed it — as soon as stricter lockdown measures were implemented. Organizations that were already practicing remote work, as well as those that had never experienced this modality before the pandemic, began sending their staff home, creating the conditions for the largest mass remote work experiment in history. It is undeniable that one of the advantages of remote work for companies is the increase in productivity levels. Thanks to Information and Communication Technologies (ICT) and the evolution of digitalization, there are no longer geographic space limitations, and with the exception of certain activities that are exclusively in-person, it is possible to work from anywhere in the world. However, it is important to mention negative aspects that need to be addressed, such as respect for the right to disconnect and health and safety regulations at work. Given this scenario, the present study aims to analyze how the pandemic impacted the traditional work model, assess remote work post-Covid-19, and the productivity of remote workers, while reflecting on the feasibility of a permanent change in the work model in light of the labor legislation of Brazil, Portugal, and Spain.