A educação para as mulheres ciganas: Perceções sobre o percurso e sucesso escolar

Abstract

A presente dissertação explora as desigualdades educacionais enfrentadas pela comunidade cigana, com ênfase nas experiências das mulheres ciganas. Embora a sociedade contemporânea tenha evoluído em diversos aspetos, essas transformações não beneficiam todos de forma equitativa, sendo as mulheres ciganas particularmente afetadas no contexto educacional. A investigação visa identificar os fatores que influenciam os percursos escolares destas mulheres, com foco em determinantes individuais, familiares, institucionais e culturais. Ademais, são analisadas diferenças geracionais que indicam mudanças nas expectativas e uma possível evolução no acesso à educação. Os resultados desta pesquisa têm implicações importantes para o Serviço Social, destacando a necessidade de uma intervenção sensível às especificidades culturais e às experiências das mulheres ciganas no sistema educativo. Neste âmbito, realizaram-se doze entrevistas presenciais com mulheres ciganas, divididas entre seis jovens (16-29 anos) e seis adultas (30-55 anos), com o apoio da Associação Techari e das suas mediadoras socioculturais, que facilitaram o acesso ao terreno e promoveram um ambiente de confiança. Esta abordagem qualitativa permitiu recolher dados que refletem as suas vivências e perceções em relação à educação.

This dissertation explores the educational inequalities faced by the gypsy community, with an emphasis on the experiences of gypsy women. Although contemporary society has evolved in several aspects, these transformations do not benefit everyone equally, with Roma women being particularly affected in the educational context. The research aims to identify the factors that influence these women's educational paths, focusing on individual, family, institutional and cultural determinants. Furthermore, generational differences are analyzed and indicate changes in expectations and a possible evolution in access to education. The results of this study have important implications for Social Work, highlighting the need for an intervention sensitive to the cultural specificities and experiences of Roma women in the educational system. In this context, twelve face-to-face interviews were carried out with gypsy women, divided between six young people (16-29 years old) and six adults (30-55 years old), with the support of the Techari Association and its sociocultural mediators, who facilitated access to the field and promoted an environment of trust. This qualitative approach allowed us to collect data that reflect their experiences and perceptions in relation to education.