O impacto do "burnout" envergonhado em contexto de trabalho

Abstract

Neste estudo examinou-se a influência de quatro variáveis organizacionais e de dois traços de personalidade no burnout e no burnout envergonhado. O estudo foi levado a cabo com recurso a uma amostra de 211 participantes que responderam a um dos sete questionários elaborados. Cada um desses questionários tinha presente um dos seis cenários em estudo e a manipulação de uma das dimensões do "burnout" utilizadas, exaustão, despersonalização e perda de produtividade. Com este tema como base, hipotisou-se quehipotizar existiria uma diferença significativa entre os resultados obtidos através do grupo de controlo e das restantes dimensões em análise. Os dados que recolhidos permitiram afirmar que as variáveis organizacionais, envolvimento, satisfação no trabalho, perceção de justiça e integração têm impacto no desenvolvimento de "burnout" por parte dos trabalhadores pelo que devem ser monitorizadas atentamente pelos gestores. Contrariamente aos resultados obtidos em relação às variáveis organizacionais, os traços de personalidade analisados, conscienciosidade e o neuroticismo, não nos permitiram retirar conclusões, pelo que não se pôde afirmar que pessoas com estes traços mais proeminentes tivessem uma probabilidade maior ou menor de possuir elevados níveis de "burnout".

This study examined the influence of four organisational variables and two personality traits on burnout and shame burnout. The study was carried out using a sample of 211 participants who answered one of seven questionnaires. Each of these questionnaires included one of the six scenarios under study and the manipulation of one of the burnout dimensions used: exhaustion, depersonalisation and loss of productivity due to exhaustion. With this as a basis, it was hypothesised that there would be a significant difference between the results obtained by the control group and the other dimensions being analysed. The data collected made it possible to affirm that the organisational variables of involvement, job satisfaction, perception of justice and integration have an impact on the development of burnout among workers and should therefore be closely monitored by managers. Contrary to the results obtained in relation to the organisational variables, the personality traits analysed, conscientiousness and neuroticism, did not allow us to draw any conclusions, so we could not say that people with these more prominent traits were more or less likely to have high levels of burnout.