Educação ambiental no antropoceno, uma análise das ações escolares do projeto #PorAmorAoMar sob a perspectiva da aprendizagem socioecológica

Abstract

O cenário de complexidade, incerteza e pontos de não retorno que nos posiciona em uma nova era geológica, o Antropoceno, tem o plástico como um dos símbolos dos efeitos do capitalismo e da dependência de combustíveis fósseis, o que representa severa ameaça ao Oceano e sua biodiversidade, à regulação do clima e aos impactos socioambientais. Nesse contexto, a educação ambiental tem se mostrado limitada em responder à altura desse desafio. Este estudo busca formas de desenvolver uma educação ambiental transformadora, de perspectiva sistêmica, capaz de gerar mudanças de ordem social, ecológica, política e educacional. Propõe, para tanto, um estudo de caso das ações realizadas pelas escolas brasileiras participantes do projeto #PorAmorAoMar, que, em parceria com a ONU Meio Ambiente por #mareslimpos, buscou o enfrentamento do plástico no Oceano. Trata-se de uma pesquisa qualitativa com aplicação de questionários semiestruturados para o público-alvo. A análise dos resultados foi construída à luz da teoria de aprendizagem socioecológica transformadora de Sterling (2011), que desponta como uma abordagem inovadora, transdisciplinar, com potencial para envolver e afetar níveis mais profundos de consciência para se lidar com a complexidade do contexto de crise ambiental global. Além das limitações e desafios no combate à descartabilidade, a pesquisa traz como resultado como as escolas responderam às demandas por transformação, o que perpassa a necessária ampliação de contextos, abordagem crítica para questionar valores e visões de mundo, com tempo e espaço para projetos de longo prazo, para que a aprendizagem de níveis profundos e, portanto, transformadora, aconteça.

The scenario of complexity, uncertainties, and points of no return, that positions us in a new geological era, the Anthropocene, has the plastic as one of the symbols of the capitalism effects and the dependence on fossil fuels, which represents a severe threat to the Ocean and its biodiversity, climate regulation, and socio-environmental impacts. In this context, environmental education has been limited in responding to this challenge. This study seeks ways to develop transformative environmental education, from a systemic perspective, to generate social, ecological, political, and educational changes. This research proposes, to this end, a case study of the actions implemented by Brazilian schools which are part of the #PorAmorAomar project, carried out in partnership with UN Environment for #cleanseas, worked on tackling plastic in the Ocean. This is qualitative research using semistructured questionnaires for the target audience. The analysis of the results was based on Sterling’s transformative socio-ecological learning theory (2011), which emerges as an innovative, transdisciplinary approach, with the potential to involve and affect deeper levels of consciousness to deal with the complexity of the global environmental crisis. In addition to the challenges and limitations in fight disposability, the research brings information on how the schools responded to transformation demands, which permeates the necessary expansion of analysis contexts, a critical approach on questioning values and paradigms with time and space for long-term projects, so that transformative education at deep levels can happen.