Financialisation of the agri-food sector in Portugal: The case of olive groves in the area served by the Alqueva multipurpose project

Abstract

Since 2015, Portuguese olive oil production has experienced a substantial increase. This is driven primarily by the new super intensive olive grove plantations in the area served by the Alqueva reservoir and irrigation system. Investment funds and agri-food corporations are spearheading agricultural intensification (mostly of olive groves) in the region, changing the sector deeply. These actors are the vehicle through which the financialisation of agriculture is unfolding. Investment funds are acquiring land and leasing it out or overseeing the agricultural production. By doing so, the investment funds prioritise the financial aspect of farming, many times to the detriment of local communities and ecosystems. Furthermore, the increasing interaction between the financial sector and agri-food corporations exacerbates imbalances along olive oil supply chains. Many small and medium scale farmers have incurred increasing costs due to this power imbalance. To ensure economic viability, a considerable number have adopted super intensive farming methods, thereby furthering the prevalent trend. As such, the process of financialisation is an important driver of the intensification of agriculture and its associated consequences, in the region.

Desde 2015, a produção portuguesa de azeite registou um aumento substancial. Este facto deve-se, sobretudo, às novas plantações de olival superintensivo na zona irrigada servida pela barragem do Alqueva. Os fundos de investimento e as empresas agroalimentares estão a liderar a intensificação agrícola (sobretudo do olival) nesta região, alterando profundamente o setor. Estes actores são o veículo através do qual se desenrola um processo de financeirização da agricultura. Os fundos de investimento estão a adquirir terras e a arrendá-las, ou a supervisionar a produção agrícola. Ao fazê-lo, os fundos de investimento dão prioridade ao aspeto financeiro da agricultura, muitas vezes em detrimento das comunidades locais e dos ecossistemas. Além disso, a crescente interação entre o setor financeiro e as empresas agroalimentares agrava os desequilíbrios ao longo das cadeias de abastecimento do azeite. Muitos pequenos e médios agricultores incorreram em custos crescentes devido a este desequilíbrio de poder. Para garantir a viabilidade económica, um número considerável de agricultores adotou métodos agrícolas superintensivo, reforçando assim a tendência predominante. Como tal, o processo de financeirização é um importante fator de intensificação da agricultura e das consequências associadas nesta região.