Gestão de resíduos e crises humanitárias: O caso dos lixões em Fortaleza, Brasil

Abstract

A presente dissertação teve como objetivo estudar a relação entre a gestão dos resíduos sólidos urbanos e o surgimento de crises humanitárias. Para tal, analisaram-se os impactos da presença de resíduos sólidos urbanos na região de Fortaleza, Brasil, a nível de bem-estar humano, animal, ambiental e económico. Ao longo dos seis meses de investigação, para além de Fortaleza, visitou-se outras regiões do Estado do Ceará, de modo a se obter meios de comparação e um conhecimento mais universal sobre a temática. Foram realizadas entrevistas, lançado um questionário e recolhidas evidências fotográficas e videográficas. A pesquisa jurídica e documental foi recolhida durante um ano e cinco meses para que se garantisse a existência de informações atualizadas. Os resultados sugerem que, apesar da inexistência de uma crise humanitária generalizada, as comunidades mais vulneráveis são diretamente afetadas pela ausência de condições sanitárias decorrente da ineficaz gestão de resíduos. A população mais vulnerável é a que apresenta mais internamentos e óbitos relacionados com doenças hídricas e veiculares associadas à falta de saneamento e gestão eficaz de resíduos sólidos urbanos.

This dissertation aimed to study the relationship between the management of municipal solid waste and the emergence of humanitarian crises. To this end, the impacts of the presence of municipal solid waste in the region of Fortaleza, Brazil, in terms of human, animal, environmental and economic well- being were analyzed. Throughout the six months of research, in addition to Fortaleza, other regions of the State of Ceará were visited to obtain means of comparison and a more universal knowledge on the subject. Interviews were conducted, a questionnaire was launched, and photographic and videographic evidence was collected. The legal and documentary research was collected for one year and three months to ensure the existence of up-to-date information. The results suggest that, despite the absence of a widespread humanitarian crisis, the most vulnerable communities are directly affected by the absence of sanitary conditions resulting from ineffective waste management. The most vulnerable population is the one with the most hospitalizations and deaths related to water and vehicular diseases associated with lack of sanitation and effective management of municipal solid waste.