Relatório de estágio

Abstract

O presente relatório de estágio visa explorar criticamente todo o trabalho por mim desenvolvido durante 10 meses no CESIS – Centro de Estudos para a Intervenção Social. Analiso, com maior profundidade, as práticas para se aceder ao campo/terreno de investigação dentro de um projeto em específico, o UPLIFT - Urban PoLicy Innovation to address inequality with and for Future generaTions,e todas as inquietações que, sendo comuns às ciências sociais, daí foram surgindo. Para tal, recorro a narrativas que coletei durante a minha permanência no terreno, bem como às relações que aí estabeleci, para construir uma imagem mental sobre o panorama da ação prática da investigação. Através do estabelecimento de uma relação entre a teoria e a prática, recorro até há Amadora com entrevistas semiestruturadas, histórias de vida e métodos etnográficos com foco na observação participante para dar a conhecer a necessidade de incorporação das vozes das pessoas afetas pelos projetos, políticas e mecanismos que as procuram ajudar. Não se pode prescindir das vozes sob pena de se ficar prisioneiro de um iluminismo estatal, por certo bem-intencionado, e de um voluntarismo local, demasiado crédulo quanto à capacidade transformadora de determinados aspetos da realidade social.

This internship report aims to critically explore all the work that I developed during the last 10 months at CESIS – Center for Studies for Social Intervention. I analyze, in greater depth, the practices to access the research field within a specific project, Uplift.Eu, and all the concerns that, being common to the social sciences, have arisen from there. To this end, I use narratives that I collected during my stay in the field, as well as the relationships that I established there, to build a mental image over the panorama of the practical action of the research. Through the establishment of a relationship between theory and practice, I resorted to Amadora with semi-structured interviews, life stories and ethnographic methods focused on participant observation to show the need to incorporate the voices of people affected by projects, policies and mechanisms that seek to help them. Voices cannot be dismissed under the penalty of becoming a prisoner of a state enlightenment, which is certainly well-intentioned, and of a local voluntarism, which is too credulous regarding the transformative capacity of certain aspects of social reality.