Utilize este identificador para referenciar este registo: http://hdl.handle.net/10071/24914
Autoria: Silva, Leonor Matos
Data: 2015
Título próprio: Tempos de optimismo: expressões sobre a cidade da Escola de Belas-Artes de Lisboa no pós-25 de Abril
Resumo: Até ao ano 1986 existiam apenas dois cursos de arquitectura em Portugal - no Porto e em Lisboa - ambos sediados, de origem, nas respectivas Escolas de Belas-Artes, e portanto ambos enraizados na tradição beaux-arts. O convívio entre os estudantes dos vários cursos ministrados na ESBAL (Escola Superior de Belas Artes de Lisboa) era uma consequência lógica da geminação programática entre as diversas disciplinas - o que resultava num quotidiano, se não fraterno, inquestionavelmente próximo. Com a Revolução de 25 de Abril, Portugal inicia uma viagem cultural inédita que tem, no campo da arquitectura, um paralelo com o questionamento ao Movimento Moderno veiculado pelo pós-guerra – embora de natureza por vezes diametralmente oposta, como será referido neste estudo. O contexto académico é particularmente importante para esta crítica porque a considera (idealmente) como uma disciplina; a Direcção do curso de Arquitectura da ESBAL tem como lema, na década de 1980, a criação de uma “contra-cultura”; no entanto a crítica cultural que ocorre é, mais do que uma intenção, o resultado de uma soma de acidentes “felizes” - ou optimistas, no sentido da euforia pós-traumática que experiencia o tempo presente e o indivíduo (ainda que em expressão colectiva), e que o faz de forma descomprometida. Ao darmos conta de alguma da produção criativa que se desenrolou ao abrigo dos cursos da ESBAL neste período – nomeadamente do curso de Arquitectura, mas não só – observamos esse modo não convencional, para a época, de uma crítica que nos leva, de uma forma implícita mas extremamente expressiva e sagaz, a refletir sobre cidade de Lisboa e sobre a identidade portuguesa desde então. Esta comunicação pretende dar a conhecer parte de um trabalho de fundo para doutoramento que, pelo seu carácter, assenta grandemente na recolha de fontes primárias e que trata de uma leitura da cultura arquitectónica portuguesa, e nomeadamente lisboeta, entre 1976 e 1986, através de testemunhos e documentos relativos ao curso de arquitectura da ESBAL. De modo a estabelecer uma análise estruturada, será exposta uma parte desta recolha, nomeadamente exemplos de manifestações artísticas que integrem duas componentes: (1) ser produzidas pelo Centro de audiovisuais da ESBAL – designado de Centro de Estudos Técnicos de Informação e Teoria da Comunicação em Arquitectura e criado em 1983 com uma forte componente de vídeo - e (2) ter como temática central a cidade de Lisboa. Procurou-se de seguida agrupar estes trabalhos sob três pontos de vista: (1) experiências académicas e artísticas de alunos; (2) registos documentais dos alunos; (3) registos documentais semi-profissionais. Por fim, será dado um exemplo de desdobramentos artísticos de autores singulares para cada uma destas três abordagens previamente citadas - nomeadamente no campo da literatura, fotografia e vídeo. A necessidade de estruturar uma lógica para a apresentação destes casos é sintomática da reflexão teórica que se irá propôr como ponto de partida a qual argumenta que é no campo aberto para a expressividade artística que se estabelece a miscigenação que caracteriza uma geração de arquitectos - ou seja, que só é possível o entendimento deste tempo histórico como uma soma de expressões individuais. Esta comunicação permitirá portanto o desenvolvimento de uma reflexão sobre a cultura arquitectónica polarizada no centro cultural e social do país na década de 1980, revelando-a como componente fundamental da definição da cultura urbana de hoje.
Arbitragem científica: yes
Acesso: Acesso Aberto
Aparece nas coleções:DINÂMIA'CET-CRI - Comunicações a conferências internacionais

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