Os benefícios de “agirmos como somos”: a relação entre a liderança autêntica e a performance individual, e o papel mediador do bem-estar no trabalho

Abstract

Os estilos de liderança são cada vez mais vistos como respostas às necessidades das organizações devido ao poder de influência que os líderes detêm. Os crescentes escândalos vivenciados no mundo organizacional têm contribuído para a emergência de estilos de liderança positivos, como a liderança autêntica, que visam não só contrariar a má conduta organizacional, mas fomentar resultados positivos. A presente dissertação procurou analisar a relação entre a liderança autêntica e a performance individual dos trabalhadores, assim como se o bem-estar no trabalho assume um papel mediador nesta relação. A análise teve em consideração as várias dimensões do desempenho individual, i.e., a performance de tarefa, a performance contextual e os comportamentos de trabalho contraprodutivos. Para este efeito, aplicou-se um questionário online que obteve uma amostra de 315 participantes de diversas organizações e setores de atividade em Portugal. Os dados foram analisados através do software IBM SPSS Statistics e o modelo de investigação foi testado através da macro PROCESS de Hayes (2018). Os resultados indicam que a liderança autêntica está relacionada com a performance contextual e a performance de tarefa, sendo estas mediadas pelo bem-estar no trabalho. Contudo, ainda que os comportamentos de trabalho contraprodutivos não tenham uma relação principal com a liderança autêntica, o bem-estar no trabalho assume um papel mediador entre ambas. Este estudo reforça as evidências de uma relação entre a liderança autêntica e a performance individual presente na literatura, e contribui para a expansão e aprofundamento desta ao verificar o papel mediador do bem-estar no trabalho nesta relação.

Leadership styles are increasingly seen as answers to the needs of organizations due to the power of influence that leaders hold. The growing scandals experienced in the organizational world have contributed to the emergence of positive leadership styles, such as authentic leadership, that aim not only to counteract organizational misconduct but to foster positive results. This dissertation sought to analyse the relationship between authentic leadership and workers’ individual performance, as well as whether the well-being at work plays a mediating role in this relationship. The analysis considered the various dimensions of individual performance, i.e., task performance, contextual performance and counterproductive work behaviours. To this end, an online questionnaire was applied and obtained a sample of 315 participants from different organizations and sectors in Portugal. The data were analysed using the IBM SPSS Statistics software and the research model was tested using Hayes’s macro PROCESS (2018). The results indicate that authentic leadership is related to contextual performance and task performance, which are mediated by well-being at work. However, even though counterproductive work behaviours do not have a primary relationship with authentic leadership, well-being at work plays a mediating role between them. This study reinforces the evidence of a relationship between authentic leadership and individual performance present in the literature and contributes to its expansion and deepening by verifying the mediating role of well-being at work in this relationship.