A inclusão de crianças com NEE nos jardins de infância: opinião das educadoras

Abstract

O educador de infância tem um papel determinante no processo inclusivo que se realiza nos jardins de infância, pois na sua prática pedagógica interage diariamente com a heterogeneidade social e cultural de cada criança, tendo de adotar métodos e estratégias adequadas de forma a promover uma escola inclusiva. Os educadores de infância deparam-se muitas vezes com desafios que necessitam de soluções rápidas, assertivas e pedagogias inovadoras que lhes possibilitem agir em conformidade contribuindo para o sucesso educativo no processo inclusivo. Este estudo foi realizado com o objetivo de percecionar a opinião dos educadores relativamente à inclusão de crianças com NEE nos jardins de infância. Para o efeito, realizaram-se entrevistas a 12 educadoras de infância que exercem funções em instituições de diferentes tipos, com idades e tempo de serviço diversificados, para além da escola de formação e grau académico. A maioria das educadoras entrevistadas revelou ser favorável à inclusão. No entanto, indicaram muitas dificuldades que prejudicam e inibem o processo inclusivo, tais como: a falta de formação em NEE, a ausência de recursos humanos e materiais nas salas, a extensão do número de alunos num grupo com NEE e a falta de apoios especializados diários nas salas. De forma a minimizar alguns destes obstáculos, realizam pesquisas por conta própria acerca das NEE com que se deparam e trocam experiências com as suas colegas e procuram auxílio junto da equipa de intervenção precoce.

The kindergarten teacher has a determining role in the inclusive process that performs in kindergarten, because in his pedagogical practice he interacts daily with social and cultural heterogeneity of each child, having to adopt methods and appropriate strategies to promote an inclusive school. Educators often face challenges that require rapid, assertive solutions and innovative pedagogies that enable them to act accordingly, contributing to educational success in the inclusive process. This study was conducted with the objective of understanding the opinion of educators regarding the inclusion of children with SEN in Kindergartens as such interviews were conducted with 12 early childhood educators different institutions, their age range being different and their school of training, their training and length of service. Most of the educators interviewed mentioned a favourable opinion regarding the inclusion, however, indicate that there are many difficulties that hinder and inhibit inclusive process such as: lack of training in SEN, lack of resources human beings and materials in the classrooms, the fact that they have no reduction in the number of children in a group with SEN, and the lack of daily specialist room support. In order to alleviate some obstacles, they conduct the research on their own about they encounter, exchange experiences and information with their colleagues and seek help from the early intervention team educator.