Risk normalization in sunlight exposure

Abstract

The present study focuses on the understanding of whether there is a process of risk normalization, due to the use of positive illusions, in individuals who expose themselves to sunlight on the beach. A pilot study (N = 44) evidenced that the positive illusions most referred are the use of protective measures during exposition at unrecommended time. To understand whether knowledge of sunlight exposure risks and risk perception could be negatively associated, due to the use of protective measures, a questionnaire was applied to a convenience sample (N = 276). The sample was reduced in two groups that reported being exposed between 12 am and 3 pm - low protective behaviors (n = 74) and high (n = 41). Results illustrate the normalization process only in individuals who have high protection behaviors, as expected. The effect of moderating variables was also tested: mediation of the consequences of risk in time and health literacy in the relation between knowledge of risks and risk perception. Only health literacy had a significant effect, decreasing normalization. The role of knowledge of benefits was also explored. It was positively related to risk perception and this relation was moderated by mediation in time. This study suggests that it is important to a) warn that the use of protective measures during the hazardous time does not guarantee immunity, b) promote health literacy, as it can minimize risk normalization c) understand how information on risks and benefits interact to influence risk perception.

O presente estudo tem como objetivo explorar a existência de um processo de normalização de risco, devido à utilização de ilusões positivas, nos indivíduos que se expõem ao sol na praia. Com base num estudo piloto (N = 44) aferiu-se que as ilusões positivas mais referidas pelos indivíduos são a utilização de medidas de proteção complementares, como o protetor solar ou a ingestão de água, ao invés da não exposição ao sol durante o horário considerado mais perigoso (12h-15h). Para compreender se a utilização destas medidas de proteção se poderia associar a um processo de normalização de risco à exposição solar, aplicouse um questionário (N = 276) a uma amostra de conveniência, que foi reduzida em dois grupos tendo por base a média dos comportamentos de proteção – baixos comportamentos de proteção (n = 74) e altos comportamentos de proteção (n = 41). Os resultados indicam que existem diferenças entre as amostras relativamente ao processo de normalização de risco. Como esperado, para os indivíduos que têm elevados comportamentos de proteção e se expõem ao sol no horário mais perigoso existe uma relação negativa entre o conhecimento de risco e a perceção de risco da exposição solar (i.e., existe normalização de risco) mas não nos indivíduos que se expõem fora desse horário. Foi também testado o efeito de variáveis moderadoras: mediação das consequências do risco no tempo e literacia em saúde na relação entre conhecimento e perceção de risco. Apenas a literacia em saúde teve um efeito significativo, tendo contrariado o efeito de normalização. Sendo que nos últimos anos se tem enfatizado também os benefícios da exposição solar, explorou-se ainda qual seria a relação entre o conhecimento de benefícios e a perceção de risco e qual o papel das variáveis moderadoras. Verificou-se a existência de uma relação positiva entre conhecimento de benefícios e perceção de risco de exposição solar, sendo esta relação moderada pela mediação das consequências do risco no tempo. Quando os indivíduos consideram que as consequências do risco são tardias, o conhecimento de benefícios associa-se a uma menor perceção de risco. Este estudo tem implicações que poderão ser relevantes para a comunicação do risco. Em particular importa: a) alertar que a utilização de medidas de proteção durante o horário mais perigoso não garante imunidade ao risco da exposição solar; b) apostar na promoção em literacia em saúde para minimizar a normalização de riscos; c) compreender como os riscos e os benefícios associados à exposição solar interagem para influenciar a perceção de risco