Sobre a declaração de deslocação como marcador de estatuto na gestão das impressões e a web geoespacial

Abstract

No presente ensaio desenvolve-se o argumento de acordo com o qual a viagem e a declaração de presença com sonegação da rotina e evidência do excecional constituem marcadores de estatuto, sendo possível traçar a linhagem das atuais narrativas de experiência do espaço através da comunicação mediada com particular recurso às tecnologias de georreferência a um passado remoto na medida em que as motivações subjacentes permanecem idênticas, sendo meramente ampliadas. Pretende ainda demonstrar-se que boa parte das práticas em rede corresponde a uma lógica de reforço do capital social através da gestão das impressões e de uma filtragem estrita da informação debitada ao mesmo tempo que em muitos casos o fluxo com que esta é partilhada na curadoria dos espaços virtuais se revela materialmente implausível, correspondendo a uma necessidade de diferenciação em que velocidade e volume são feitos equivaler a elementos de atribuição pericial.

It is argued that travel and the declaration of presence with the omission of routine and evidence of the exceptional are status markers with the roots of current narratives of place experience trough mediated communication with the particular use of location technologies being traceable to a remote past in so far as individual motivations remain identical. We try to show that a great deal of network practices is tantamount to a social capital reinforcement logic trough impression management and a strict self-monitoring of information disclosed while in many cases the debited flux on the curation of virtual spaces reveals a material implausibility where speed and volume are equated with expertise.