The first Portuguese Art Agency: a case study

Abstract

Olhando agentes e processos de intermediação atinentes a uma territorialidade artística particular, designadamente as artes plásticas. E ademais querendo contribuir para preencher vazios na leitura da organização desse característico sistema , sistema que, com a ressalva de certas incidências, “não tem talvez sido objecto enquanto tal de um enunciado suficientemente público, em omissão quer nos “media”, quer na análise sociológica” . Numa altura em que assomam novos lugares para a arte , a busca de uma reflexão crítica acerca dos supramencionados processos revela-se de extrema pertinência, procurando pois alcançar uma novidade sociologicamente significativa porventura capaz também ela de concorrer para o entendimento de certos traços da presente orgânica do espaço português da arte contemporânea. Em termos do que arriscaria denominar por estilo de pesquisa, convirá já antecipar que se investiu num observável empírico singular, a saber, uma agência de arte que é iniciativa inédita. E porque se trata sempre de definir uma orientação sobre o objecto, as interrogações gerais que estão na origem deste artigo são aliás as seguintes: aparecido em Dezembro de 2003, o que trouxe o figurino Vera Cortês – Agência de Arte ao espaço da arte contemporânea? Como percebê-la/interpretá-la no quadro desse mesmo panorama? Uma agência de arte tomada não sob mera acepção descritiva mas como «zona de mergulho» numa tentativa de desvelar, em percurso, um nexo de interacções recíprocas, isto é, pondo em diálogo a configuração do campo artístico e a singularidade do estudo de caso, vendo como se interpelam um ao outro. E como ambos interpelam os paradigmas, o corpus sociológico de alusão à arte.

Observing agents and dealership processes relating to a particular artistic territory, specifically the plastic arts. And, furthermore, seeking to make a contribution to filling gaps in the interpretation of the organisation of that characteristic system , a system that, excepting certain incidences, “may not have been the subject, as such, of sufficiently public assertion, absent both in the media and sociological analysis” . At a time when new places for art are emerging , the search for a critical reflection on the processes mentioned above is extremely relevant, in an attempt to attain something new that is sociologically significant and also able, perhaps, to contribute to an understanding of certain features of the present context of the Portuguese contemporary art space. In terms of what I would dare call a research style, it is appropriate to say in advance that the investment was made in a singular and empirical observable, namely, an art agency that is an unprecedented initiative. And since it is always relevant to define an orientation on the subject, the general questions at the base of this paper are as follows: appearing in December 2003, what did the “Vera Cortês – Art Agency” model bring to the space of contemporary art? How is it to be understood within that same panorama? An art agency not taken in a merely descriptive sense but as an “immersion zone”, in an attempt to unveil, along the route, a nexus of reciprocal interactions, i.e. by creating a dialogue between the configuration of the artistic field and the singularity of the case-study and then seeing how they question each other. And how both question the paradigms and the sociological corpus relating to art.