Utilize este identificador para referenciar este registo: http://hdl.handle.net/10071/523
Autoria: Dias, Paulo Jorge de Castro Garcia Coelho
Data: 2007
Título próprio: Estratégias de estudo dos alunos dos 5º e 7º anos do ensino básico e aprendizagem em ciências. tempos afectos a três importantes fontes de informação e efeitos de influência
Título e número da coleção: CIES e-Working Paper
Nº 30
ISSN: 1647-0893
Palavras-chave: Aprendizagem em ciências
Estratégias de estudo
Resumo: As análises deste artigo foram retiradas de um estudo maior, onde procurámos comparar a eficácia da aprendizagem conseguida através de documentários científicos sobre a natureza (tais como o National Geographic, o BBC Vida Selvagem, etc.) comparativamente às aulas de ciências com um professor. Esta comparação foi integrada, posteriormente, num amplo modelo causal onde problematizámos, por sua vez, o impacto de certas variáveis (habitus dos alunos, gosto por ciências, sexo dos alunos, etc.) no âmbito da referida aprendizagem em ciências. O estudo é fundamentado, fundamentalmente, no modelo teórico de Bourdieu & Passeron (s.d.) e Bernstein (1985, 1996). Neste artigo em particular analisámos um dos eixos decorrentes da problemática desenvolvida nesse estudo. Aqui, mais concretamente, estudámos as estratégias de estudo dos alunos para ciências, construídas com base nos tempos dedicados às duas fontes principais de obtenção de informação para ciências e cuja eficácia pedagógica de ambas o estudo pretendia comparar (visionamento televisivo de documentários científicos sobre a natureza e as aulas de ciências) complementadas com a eventual utilização de outros recursos didácticos para ciências (livros, revistas, vídeos, etc.). Metodologicamente, trabalhámos com 651 alunos, correspondentes a uma amostra representativa dos alunos do Concelho de Olhão, Distrito de Faro. Para a obtenção da informação respeitante a este artigo em particular, identificámos a estratégia de estudo para ciências de cada aluno, mediante a utilização de um inquérito por questionário. Seguindo os objectivos do estudo, os alunos foram agrupados em termos da respectiva estratégia de estudo: a-) Só aulas; b-) aulas e visionamento televisivo; c-) só visionamento televisivo; d-) outras fontes. A aprendizagem segundo estes grupos foi, depois, sistematicamente comparada (na oralidade e na escrita). Resultados. Dando força às análises estrutural-deterministas (Bourdieu e Passeron, s. d.), verificámos que a distribuição de recursos de estudo para ciências não é ubíqua no espaço dos alunos: são aqueles que procedem das classes mais elevadas aqueles a quem as famílias mais disponibilizam tais recursos. A sua utilidade na aprendizagem em ciências, contudo, só tem relevância para o 7º ano, pois a generalidade dos alunos do 5º ano que tem recursos ou não os usa ou o uso que deles faz, em termos da respectiva estratégia de estudo, não tem impacto na aprendizagem. Paralelamente, verificámos que existe uma relação directa do habitus dos alunos nos seus resultados em ciências: os alunos cujos pais correspondem ao mais elevado nível de instrução são aqueles que estão mais sujeitos a influência familiar para o estudo. Estes, comparativamente aos seus colegas, não só possuem mais recursos para o estudo de ciências, como já foi dito, mas, ao mesmo tempo, são os que dedicam mais tempo ao estudo formal para ciências e ao visionamento de documentários científicos sobre a natureza. Concomitantemente, estes alunos são, tendencialmente, os que conseguem resultados mais elevados (medidos quer na escrita quer na oralidade). O peso da família aparece, assim, implicado na estruturação da estratégia de estudo a dois níveis: na disponibilização de recursos e nos tempos afectados às fontes de informação, com impacto directo na aprendizagem em ciências.
This study is part of a major study whose principal aim was finding whether or not there is effective learning in Science by watching television programs like BBC Wild Life (informal education) comparatively to science classes (formal education). Within this goal and in terms of Sociology of Education, the process of learning of the students has been analysed in both contexts (television and classroom), considering the influence of social factors like family, gender, age and motivation to learn about science. It’s based, fundamentally, on the theories of Bourdieu & Passeron (s. d.), Bernstein (1985, 1996). In this specific study we have analysed one of the axis resulting from the major study referred. Specifically, we have studied the self-regulated learning process of the students considering the time spent learning through watching the mentioned television programs, through the information from the classes and from scientifique videos and films and from scientifique revues and books. Methodologically speaking we have worked with 340 students of the 5th form and 311 students of the 7th form of the four schools of Olhão. We used multivariate analysis of regression to study the relation between social factors and the process of learning of the students. We also used factorial analysis to isolate the principal factors responsible for the effectiveness of the teachers. After one year of ethno-anthropological naturalistic observation we adopted a more systematic observation procedure in order to analyse the process of learning inside the different classrooms selected for the study. The results show the importance of viewing the referred TV programmes as a science learning process as compared with the control group.
Arbitragem científica: Sim
Acesso: Acesso Aberto
Aparece nas coleções:CIES-WP - Working papers

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