O fim da privacidade: a vigilância como pilar do capitalismo e do Estado-nação

Abstract

Este trabalho vai analisar a influência que a vigilância exerce dentro do capitalismo e do Estado-Nação sobre os trabalhadores, consumidores e cidadãos. Apesar da vigilância não ter surgido com as novas tecnologias, estas permitiram que a monitorização dos indivíduos seja feita actualmente de forma muito mais eficaz e de uma forma praticamente imperceptível. Um dos grandes riscos do aumento da vigilância é colocar em risco a privacidade de trabalhadores, consumidores e cidadãos, o que irá configurar várias alterações numa sociedade cada vez mais, pelo menos aparentemente, transparente. Outra das questões que envolve a vigilância é a gestão da informação através dos dados gerados pela monitorização, nomeadamente pelas bases de dados. As questões que envolvem o uso, troca, venda, e partilha das bases de dados contendo muita informação pessoal sobre muitos indivíduos levanta sérios problemas no início do século XXI. Pode ser isto o princípio do fim da privacidade somente onze anos após o 11 de Setembro?

This paper will analyze the influence of surveillance within capitalism and the nation-state on workers, consumers and citizens. Although the surveillance didn’t arose with the new technologies, they did allowed a much more efficient and almost imperceptible monitoring of workers, consumers and citi-zens, which will configure some changes in a increasingly, at least apparently, transparent society. Another issue that involves surveillance is the management of information through the data generated by monitoring, through databases. The questions surrounding the use, exchange, sale and sharing of databases containing very personal information about individuals raises many serious questions in the beginning of the XXI century. Can this be the beginning of the end of privacy, only eleven years after September 11?