The four-day workweek in Portugal: Possibility or utopia?

Abstract

With technological advances and events such as the COVID-19 pandemic, the way we work has changed in recent years. Working conditions have been adapted to new trends, and workers have been forced to keep up with these changes. The Four-Day Workweek is an alternative to the traditional five-day workweek and aims to bring greater balance between workers' professional and personal lives, generating greater satisfaction and possible motivation that could lead to increased productivity within companies. This qualitative study aims to evaluate the implementation of the Four-Day Workweek in Portugal. Eighteen interviews were conducted to gather the advantages and disadvantages most associated with this topic, as well as to understand whether it would be possible to implement the Four-Day Workweek in each worker's current situation and what changes would be necessary. The study concludes that workers mostly associate the Four-Day Workweek with increased productivity and work-life balance. On the contrary, the increase in working hours during the four days is the biggest disadvantage associated with this method, as well as the difficulty of implementation in certain sectors and the possibility of reduced wages. The most talked-about implementation measures were process automation and work organization. The Four-Day Workweek is more than just a reorganization of the workweek. It is an invitation to reevaluate what social, human, and economic priorities really are. When we look at the results of those who have already experienced this model, it becomes clear that it is possible to work less and live better.

Com o avanço tecnológico e devido a eventos tais como a pandemia do COVID-19, a forma de trabalhar mudou nos últimos anos. As condições de trabalho foram adaptadas às novas tendências e os trabalhadores viram-se obrigados a acompanhar essas mesmas alterações. A semana de trabalho de quatro dias é uma alternativa à tradicional semana de trabalho de cinco dias e pretende trazer maior equilíbrio entre a vida profissional e pessoal dos trabalhadores, gerando uma maior satisfação e possível motivação que poderá causar o aumento da produtividade dentro das empresas. Este estudo qualitativo pretende avaliar a implementação da semana de trabalho de quatro dias em Portugal. Foram realizadas 18 entrevistas, com o intuito de reunir as vantagens e as desvantagens mais comumente associadas a este tema, bem como para entender se seria possível implementar, no panorama atual de cada trabalhador, a semana de trabalho de quatro dias e que alterações seriam necessárias. O estudo conclui que os trabalhadores associam maioritariamente a semana de trabalho de quatro dias com o aumento da produtividade e o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional. Pelo contrário, o aumento das horas de trabalho durante os quatro dias é a maior desvantagem associada com este método, bem como a dificuldade de implementação em certos setores e a possibilidade de redução de salário. As medidas de implementação mais faladas foram a automatização de processos e a organização do trabalho. A semana de trabalho de quatro dias é mais do que uma organização da semana de trabalho. É um convite para reavaliar o que de facto são as prioridades sociais, humanas e económicas. Ao vermos os resultados de quem já viveu este modelo, torna-se evidente que é possível trabalhar menos e viver melhor.