Art matters: Exploring the effects of historical artwork representation on luso-tropicalism

Abstract

Research has shown that historical representations serve not only to transmit knowledge but also to maintain dominant social identities and national narratives, shaping collective memory and group dominance. In post-colonial societies like Portugal, artworks and visual heritage play a pivotal role in reiterating these representations. This work investigates how artwork representations of Portuguese colonialism shape endorsement of luso-tropicalism, and through which psychosocial processes. Two studies with Portuguese adults were conducted. In the pilot study (N = 35), exposure to colonial artworks without any descriptive text (vs. neutral artworks with a description) triggered higher endorsement of luso-tropicalism, establishing the colonial no-description representation as the baseline for the main study. In Study 1 (N = 135), participants were randomly assigned to one of three conditions: critical vs. non-critical vs. no description colonial representation. The manipulation check confirmed that the critical representation was perceived as more unfavorable. However, the experimental condition did not significantly influence the endorsement of luso-tropicalism. The hypothesized mediations via historical defensiveness, collective guilt, moral shame, and group empathy were not supported, and mediated moderation tests did not yield conditional indirect effects. Given the lack of effects for the proposed mediators, we ran an exploratory mediation model with national ingroup positivity variables. The critical representation was associated with higher collective narcissism (and marginally higher ingroup satisfaction), and each mediator, in turn, positively predicted luso-tropicalism, yielding significant indirect effects. Overall, this work highlights the resilience of luso-tropicalism to one-shot critical interventions and the role of identity processes in stabilizing it, while opening the field for further investigation into longer, participatory interventions in heritage contexts as a more promising route to transformation.

A investigação tem mostrado que as representações históricas servem não só para transmitir conhecimento, mas também para manter identidades sociais dominantes e narrativas nacionais, moldando a memória coletiva e a dominância de grupo. Em sociedades pós-coloniais como Portugal, as obras de arte e o património visual desempenham um papel fulcral na reiteração dessas representações. Este trabalho investiga de que forma as representações de obras de arte do colonialismo português influenciam a adesão ao luso-tropicalismo e através de que processos psicossociais. Foram realizados dois estudos com adultos portugueses. No estudo-piloto (N = 35), a exposição a obras de arte coloniais sem qualquer texto descritivo (vs. obras neutras com uma descrição) aumentou a adesão ao luso-tropicalismo, estabelecendo a representação de arte do colonialismo sem descrição como a condição base para o estudo principal. No Estudo 1 (N = 135), os participantes foram aleatoriamente atribuídos a uma de três condições: representação colonial crítica vs. não crítica vs. sem descrição. A verificação da manipulação confirmou que a representação crítica foi percecionada como mais desfavorável. Contudo, a condição experimental não influenciou significativamente a adesão ao luso-tropicalismo. As mediações hipotetizadas via defensividade histórica, culpa coletiva, vergonha moral e empatia grupal não foram corroboradas, e os testes de mediações moderadas não produziram efeitos indiretos condicionados significativos. Face à ausência de efeitos para os mediadores propostos, testámos um modelo de mediação exploratório com as variáveis de positividade do endogrupo nacional. A representação crítica esteve associada a níveis mais elevados de narcisismo coletivo (e marginalmente mais elevados de satisfação com o endogrupo), e cada mediador, por sua vez, previu positivamente o luso-tropicalismo, produzindo efeitos indiretos significativos. Em termos gerais, o presente trabalho evidencia a resiliência do luso-tropicalismo perante intervenções críticas pontuais e o papel dos processos identitários na sua estabilização, ao mesmo tempo que aponta para a necessidade de aprofundar a investigação sobre intervenções prolongadas e participativas em contextos patrimoniais, enquanto via mais promissora de transformação.