Comunalidade, comunalidade não mitigada e saúde menstrual: O papel mediador da regulação emocional

Abstract

Este estudo teve como objetivo investigar se a comunalidade e a comunalidade não mitigada têm impacto na manifestação dos sintomas da síndrome pré-menstrual e dismenorreia e qual o papel das estratégias de regulação emocional nessa relação. O estudo compreendeu 172 participantes do sexo feminino, com idade superior a 18 anos e como critérios de exclusão a sujeição a uma histerectomia ou amenorreia superior a 3 meses. Os dados foram recolhidos através de um inquérito online que compreendeu questionários de autorrelato, disponível durante 60 dias. Da investigação resultou que apenas a comunalidade não mitigada está positivamente correlacionada com sintomas pré-menstruais, mas não com a dismenorreia. Tal evidencia a importância da distinção destes conceitos de características intraindividuais de género para melhor entendermos o seu impacto na saúde. Além disso, verificou-se que a supressão emocional atua como mediadora entre a comunalidade não mitigada e a dismenorreia, o que evidencia a supressão emocional como estratégia de regulação desadaptativa na experiência da dor menstrual. Mais resulta desta investigação que a desconstrução da comunalidade não mitigada poderá favorecer o recurso a estratégias de regulação emocional mais adaptativas, tanto a nível intrapessoal como interpessoal, com redução do impacto negativo destas características na saúde. Este estudo contribui para a compreensão das interações entre características intraindividuais de género e regulação emocional, evidenciando a necessidade de abordagens psicossociais mais abrangentes na intervenção das disfunções menstruais.

This study aimed to investigate whether communality and non-mitigated communality impact the manifestation of premenstrual syndrome and dysmenorrhea symptoms, and what role emotional regulation strategies play in this relationship. The study involved 172 female participants over the age of 18, with exclusion criteria being undergoing a hysterectomy or having amenorrhea for more than 3 months. Data were collected through an online survey that included self-report questionnaires, available for 60 days. The findings revealed that only non-mitigated communality was positively correlated with premenstrual symptoms, but not with dysmenorrhea. This highlights the importance of distinguishing these concepts of intraindividual gender characteristics to better understand their impact on health. Additionally, emotional suppression was found to mediate the relationship between non-mitigated communality and dysmenorrhea, indicating emotional suppression as a maladaptive emotional regulation strategy in the experience of menstrual pain. Further, the study suggests that deconstructing non-mitigated communality could promote the use of more adaptive emotional regulation strategies, both intrapersonally and interpersonally, reducing the negative impact of these characteristics on health. This study contributes to the understanding of the interactions between intraindividual gender characteristics and emotional regulation, emphasizing the need for more comprehensive psychosocial approaches in the intervention of menstrual dysfunctions.