Labour-managed firms in Portugal: An empirical analysis of cooperatives' feasibility

Abstract

Throughout this work we have tried to understand cooperatives’ rarity by studying the Portuguese case. Cooperatives seem to perform efficiently and have high rates of survival. Their rarity thus may be due to low birth rates. The creation of a cooperative organisation depends on individuals’ willingness and this will is incentive-based. For individuals to create or join a cooperative they need to want and be able to do so. The vast majority of individuals depend on their labour income and the Portuguese are no exception. We began to study if cooperatives elicit both employment and income in their welfare function and we found that they do, enhancing wages. Subsequently, we studied if cooperatives are income appealing to individuals when compared to capitalistic firms and we found that they are. Thus, income is not a source for cooperatives’ rarity. However, cooperatives’ life cycle theory asserts that they may degenerate to a capitalistic behaviour. In this sense, we studied if Portuguese cooperatives degenerate and we found that they do, especially due to unbearable membership fees. This degenerative process could be overcome through external funding. In this sense, we studied if cooperatives struggle to raise funds and we found that they do, namely because lenders do not recognize their fixed assets as sound collaterals. Overall, we find that degeneration and external fund shortage contribute to cooperatives’ rarity, which could be overcome through the creation of both a membership market and a multi-industry permit for cooperatives.

Ao longo deste trabalho procurámos compreender a raridade das cooperativas através do estudo do caso português. As cooperativas parecem ter um desempenho eficiente e altas taxas de sobrevivência. A sua raridade, portanto, pode dever-se às baixas taxas de nascimento. A criação de uma organização cooperativa depende da vontade dos indivíduos e esta vontade baseia-se em incentivos. Para que os indivíduos criem ou se juntem a uma cooperativa, eles precisam de querer e poder fazê-lo. A grande maioria dos indivíduos depende dos seus rendimentos do trabalho e os portugueses não são exceção. Começámos por estudar se as cooperativas consideram tanto o emprego como o rendimento na sua função de bem-estar e descobrimos que sim, sobrepesando os salários. Posteriormente, estudámos se as cooperativas são atraentes do ponto de vista salarial para os indivíduos quando comparadas às empresas capitalísticas e descobrimos que sim. Portanto, o rendimento não é uma fonte de raridade das cooperativas. No entanto, a teoria do ciclo de vida das cooperativas afirma que estas podem degenerar para um comportamento capitalístico. Neste sentido, estudámos se as cooperativas portuguesas degeneram e verificámos que sim, sobretudo devido a jóias incomportáveis. Este processo degenerativo poderia ser ultrapassado através de financiamento externo. Neste sentido, estudámos se as cooperativas têm dificuldade em angariar fundos e descobrimos que sim, nomeadamente porque os credores não reconhecem os seus ativos fixos como garantias sólidas. De um modo geral, verificámos que a degenerescência e a escassez de fundos externos contribuem para a raridade das cooperativas, que poderia ser ultrapassada através da criação de um mercado de títulos e de uma autorização multissectorial para as cooperativas.