The effects of socioeconomic factors on perceptions of corruption in Portugal

Abstract

This dissertation examines how different socioeconomic factors contribute to either increase or decrease the perceptions of corruption across the Portuguese society. This work studies how Portuguese citizens conceive corruption and the interactions and differences between corruption perceptions and corruption experience. The analysis of general perceptions of corruption and perceptions regarding public sector employees allows to understand that Portuguese citizens perceive a high level of corruption across their day-to-day environments. These high perceptions are not driven by corruption experience and can be a consequence of a general feeling of distrust, non-reflected answers, lack of understanding of percentages and numbers, and a broader perceived definition of corruption when compared to the legal one. From the one thousand and twenty individual interviews done by previous projects funded by two Portuguese foundations, the answers are collected and studied through the test of econometric models. These econometric models test the explanation power of the socioeconomic factors and their effects on corruption perceptions (general and public sector only) and corruption experience (direct and indirect experience). Through the models’ analysis is possible to conclude that women, people who are in worse economic situations, people who use traditional media (like newspapers) more often and people who look more frequently for political news on social media platforms, tend to have higher perceptions of corruption. Highly educated individuals and people who voted for bigger political parties (either PS or PSD) tend to perceive less corruption across society. These conclusions are specific to the time period of the questionnaires.

Esta dissertação examina como diferentes fatores socioeconómicos contribuem para aumentar ou diminuir as perceções de corrupção na sociedade portuguesa. Este trabalho estuda como os portugueses concebem corrupção e as interações e diferenças entre perceção de corrupção e experiência de corrupção. A análise das perceções de corrupção gerais e das perceções referentes a funcionários públicos permitem entender que os cidadãos portugueses percecionam altos níveis de corrupção nos ambientes que os rodeiam no dia-a-dia. Estas elevadas perceções não são fruto de experiência de corrupção e podem ser uma consequência de um sentimento de desconfiança geral, respostas não refletidas, falta de compreensão de percentagens e números e uma definição de corrupção percecionada mais abrangente que a definição legal. Das mil e vinte entrevistas individuais previamente realizadas por projetos financiados por duas fundações portuguesas, as respostas foram recolhidas e estudadas através do teste de modelos econométricos. Estes modelos econométricos testam o poder explicativo dos fatores socioeconómicos e dos seus efeitos nas perceções de corrupção (gerais e só setor público) e experiência de corrupção ( experiência direta e indireta). Através da análise dos modelos é possível concluir que mulheres, pessoas em situações económicas piores, pessoas que usam meios de comunicação social tradicionais ( jornal) mais frequentemente e pessoas que procuram com maior frequência notícias políticas nas redes sociais, tendem a percecionar maiores níveis de corrupção. Indivíduos com mais escolaridade e pessoas que votaram nos maiores partidos políticos (PS e PSD) percecionam níveis mais baixos de corrupção na sociedade. Estas conclusões correspondem ao período temporal em que decorreram os questionários.