Fashion meets politics: Mulheres políticas na capa da Vogue

Abstract

Ao longo dos anos a Vogue tem destacado, nas mais variadas edições da revista, mulheres que desempenham outras funções além das tradicionalmente associadas à indústria da moda, que constitui, aliás, uma parte significativa do seu público-alvo. A edição americana, em particular, desenvolveu uma tradição de dar destaque a mulheres associadas à esfera política norte-americana, como primeiras-damas e, mais recentemente, a mulheres com funções ativas na estrutura presidencial, como a vice-presidente Kamala Harris. Nesta dissertação, procurouse explorar detalhadamente a forma como estas mulheres políticas são representadas, fazendo um balanço crítico das alterações registadas ao longo de um período de 23 anos, desde a edição de dezembro de 1998, dedicada a Hillary Clinton, e agosto de 2021, com Jill Biden na capa. Esta análise longitudinal permitiu interpretar códigos ideológicos e estereótipos de género presentes nas capas destas edições da Vogue, proporcionando uma compreensão mais profunda do papel e do impacto que estas figuras políticas ocupam no vasto universo das revistas femininas.

Over the years, Vogue has featured, in its various editions, women who hold roles beyond those traditionally associated with the fashion industry, which, in fact, constitutes a significant part of the magazine’s target audience. The American edition, in particular, has developed a tradition of placing emphasis on women connected to the political sphere, such as First Ladies, and more recently, women with active roles within the presidential structure, such as Vice President Kamala Harris. This dissertation aims to explore in detail how these political women are represented, providing a critical assessment of the changes observed over a 23-year period, from the December 1998 edition featuring Hillary Clinton to the August 2021 cover with First Lady Jill Biden. This longitudinal analysis allows for the interpretation of ideological codes and gender stereotypes present on these covers, which in turn leads us to better understand the role and impact these political figures have within the broader universe of women’s magazines.