O impacto da mindfulness nos níveis da autoeficácia e do engagement académico, com foco no bem-estar e na harmonia

Abstract

A COVID-19 teve um impacto profundo no ensino, evidenciando a relevância de ambientes académicos saudáveis para assegurar o bem-estar e o sucesso dos estudantes. Durante o confinamento, as instituições enfrentaram desafios para manter a qualidade pedagógica e garantir o bem-estar dos principais stakeholders, nomeadamente os estudantes. Mitigar o stress e promover o bem-estar tornou-se uma prioridade, pois estes fatores influenciam diretamente a satisfação, o desempenho académico e a reputação das instituições. Contudo, deste então, verificou-se uma queda acentuada na saúde mental e no bem-estar dos jovens. As instituições e os investigadores têm procurado práticas para reverter essa tendência e fomentar o bem-estar e a harmonia entre os estudantes. Com base no modelo das exigências e recursos do trabalho (JD-R), e na perspetiva da conservação de recursos foi proposto um modelo conceptual que sugere que a mindfulness — eficaz na redução do stress — teria um impacto positivo no bem-estar e harmonia dos estudantes, mediado pela autoeficácia e engagement académico. Para testar essa hipótese, foi conduzido um estudo quantitativo com 254 estudantes universitários, através de um questionário. Os resultados demonstraram que a mindfulness correlaciona-se positivamente com o bem-estar e a harmonia dos estudantes, através da sua influência em série sobre a autoeficácia e o engagement académico. Concluiu-se que a prática regular de mindfulness contribui para o aumento da autoeficácia e do engagement, promovendo o bem-estar e a harmonia. Assim, a mindfulness revela-se uma ferramenta eficaz na promoção do bem-estar estudantil, com repercussões positivas no desempenho e na qualidade das instituições de ensino superior.

COVID-19 has had a profound impact on teaching, highlighting the importance of healthy academic environments to ensure student well-being and success. During the lockdown, institutions have faced challenges in maintaining pedagogical quality and ensuring the well-being of key stakeholders, namely students. Mitigating stress and promoting well-being became a priority, as these factors directly influence satisfaction, academic performance and the reputation of institutions. Since then, however, there has been a marked decline in the mental health and well-being of young people. Institutions and researchers have been looking for practices to reverse this trend and foster well-being and harmony among students. Based on the Job Demands and Resources (JD-R) model, and from the perspective of resource conservation, a conceptual model was proposed which suggests that mindfulness – effective in reducing stress – would have a positive impact on students’ well-being and harmony, mediated by self-efficacy and academic engagement. To evaluate this hypothesis, a quantitative study was conducted with 254 university students using a questionnaire. The results showed that mindfulness correlates positively with students’ well-being and harmony, through its serial influence on self-efficacy and academic engagement. It was concluded that the regular practice of mindfulness contributes to an increase in self-efficacy and engagement, promoting well-being and harmony. Mindfulness thus proves to be an effective tool in promoting student well-being, with positive repercussions on the performance and quality of higher education institutions.