Envelhecer com saúde: O impacto económico da prevenção

Abstract

A nível global, os custos com saúde têm aumentado. Estudos indicam que este facto se associa ao aumento da esperança média de vida, que intensifica o envelhecimento populacional. Os anos de vida ganhos não são, necessariamente, vividos com saúde, levando a uma sobrecarga financeira do sistema de saúde, que pode ser atenuada através da prevenção. A presente dissertação analisa de que forma o envelhecimento influencia os custos e como é que a implementação de estratégias de prevenção e promoção de saúde pode inverter esta tendência, em Portugal. Para explorar a relação entre as três variáveis, foi conduzido um estudo descritivo correlacional, com a aplicação de um questionário a indivíduos com 50 ou mais anos, com recente utilização dos serviços de saúde. Dos 345 participantes, 44,6% tinha entre 50 e 64 anos e 30,4% concluiu apenas o 4º ano. Observou-se que indivíduos mais velhos apresentam maior utilização dos serviços de saúde, assim como aqueles que apresentam menor nível de escolaridade, evidenciando a importância da literacia para uma utilização eficiente dos serviços. O estudo mostrou, ainda, uma relação positiva entre a adesão a estratégias preventivas e a saúde autopercecionada. Em suma, é de realçar a necessidade de continuar a promover estratégias e atividades de prevenção de doenças, sobretudo em grupos mais vulneráveis, como os mais velhos, menos escolarizados e portadores de mais doenças crónicas.

Globally, healthcare costs are increasing. Studies show that this is associated with an increase in average life expectancy, which intensifies the ageing of the population. The years of life gained may not be lived in good health, leading to a financial burden on the healthcare system, which can be mitigated through prevention. This dissertation analyses how ageing influences costs and how the implementation of prevention and health promotion strategies can reverse this trend in Portugal. In order to explore the relationship between the three variables, a descriptive correlational study was carried out, with a questionnaire applied to individuals aged 50 or over, with recent contact with health services. Of the 345 participants, 44.6 per cent were aged between 50 and 64 and 30.4 per cent had only completed 4th grade. It was observed that older individuals made greater use of health services, as did those with a lower level of education, highlighting the importance of literacy for efficient use of services. The study also showed a positive relationship between adherence to health promotion and prevention strategies and self-perceived health. In brief, we must highlight the need to continue promoting disease prevention strategies and activities, especially among the most vulnerable groups, such as the elderly, the less educated and those with more chronic diseases.