A reintegração no local de trabalho após uma baixa médica prolongada: O impacto do ostracismo, stress e absentismo na saúde mental dos trabalhadores

Abstract

A reintegração no local de trabalho após uma baixa médica constitui um desafio para os colaboradores, principalmente para a sua saúde mental. Esta dissertação visa investigar de que forma o ostracismo, o stress e o absentismo, sendo este último representado pelo número de dias de baixa, influenciam a saúde mental dos trabalhadores. Assim, com base no modelo de ostracismo, hipotetizou-se que o ostracismo teria uma relação indireta com a saúde mental através da sua influência no stress. Hipotetizou-se também que o número de dias de baixa do colaborador moderaria a relação indireta anterior, de tal forma que a mesma se tornaria mais forte quando o colaborador tinha maiores níveis de absentismo (i.e., mais dias de baixa), comparativamente com aqueles com menor absentismo. Os dados foram recolhidos através de um questionário online, que resultou numa amostra de 248 participantes. Apesar do foco do estudo ser as experiências e sentimentos vivenciados após um período de baixa médica, a amostra englobou também trabalhadores que podiam não ter experienciado uma situação de ausência medicamente justificada. Os resultados indicaram que o ostracismo tinha uma relação direta positiva com o stress, e uma relação indireta negativa com a saúde mental através do stress. Adicionalmente, o número de dias de baixa moderou significativamente esta relação de tal forma que a mesma se tornou mais forte quando os colaboradores tinham tido mais absentismo (versus menor absentismo). O presente estudo sugere que medidas de apoio durante o regresso de um trabalhador são essenciais para mitigar os efeitos negativos do ostracismo e do stress, melhorar a saúde mental e, no fundo, contribuir para que esse regresso seja bem-sucedido. As organizações devem colocar este tema na sua agenda e começar a estabelecer políticas e medidas para reintegrações mais sustentáveis.

The reintegration into the workplace after sick leave is a challenge for employees, especially for their mental health. This dissertation aims to investigate how ostracism, stress and absenteeism, the latter represented by the number of days off work, influence workers’ mental health. Thus, based on the ostracism model, it was hypothesised that ostracism would have an indirect relationship with mental health through its influence on stress. It was also hypothesised that the number of days an employee was off work would moderate the above indirect relationship, in such a way that it would become stronger when the employee had higher levels of absenteeism (i.e. more days off work) compared to those with lower absenteeism. Data was collected using an online questionnaire, which resulted in a sample of 248 participants. Although the focus of the study is on the experiences and feelings following a period of sick leave, the sample also included workers who may not have experienced a medically justified absence. The results indicated that ostracism had a direct positive relationship with stress, and an indirect negative relationship with mental health through stress. In addition, the number of sick days significantly moderated this relationship in such a way that it became stronger when employees had more absenteeism (versus less absenteeism). This study suggests that support measures during an employee’s return are essential to mitigate the negative effects of ostracism and stress, improve mental health and ultimately contribute to a successful return. Organisations must put this theme on their agenda and start establishing policies and measures for more sustainable reintegrations.