Violência no trabalho: Os profissionais das unidades de cuidados de saúde primários

Abstract

A problemática da violência no trabalho com enfoque nos profissionais das Unidades de Cuidados de Saúde Primários (UCSP), no contexto do Serviço Nacional de Saúde (SNS), em Portugal é um tema sensível e cada vez mais notado. A violência no setor da saúde é um desafio crescente, afetando diretamente os profissionais que trabalham em contacto com os utentes. Embora exista alguma literatura sobre a violência dos profissionais de saúde administrada pelos próprios utentes das unidades, a investigação é bastante escassa e, o existente foca-se maioritariamente nos médicos, descorando outras categorias profissionais como, enfermeiros e assistentes técnicos. Este estudo procura preencher parte da lacuna, identificando os tipos de violência enfrentados, todos os profissionais de diferentes categorias envolvidos, e sugerir medidas preventivas e formativas que possam mitigar o problema. Utilizando dados da plataforma "Notific@", destinada ao reporte de incidentes e acidentes no sistema de saúde, o estudo visa mapear, não só, os tipos de violência, mas também a relação entre a faixa etária e o sexo no que concerne ao número de queixas realizados e as implicação e medidas realizadas após esses episódios. Os respetivos resultados mostram que, após um episódio, pouco é o apoio psicológico facultado aos profissionais de saúde. A pesquisa encontra-se organizada em quatro capítulos que cobrem a revisão da literatura, a metodologia utilizada, a análise dos resultados e, finalmente, as conclusões e recomendações, oferecendo uma visão abrangente e detalhada sobre o tema.

The problem of violence at work, with a focus on professionals in Primary Health Care Units (PHCUs) in the context of the National Health Service (NHS) in Portugal, is a sensitive issue that is increasingly being noticed. Violence in the health sector is a growing challenge, directly affecting professionals who work in contact with users. Although there is some literature on violence by health professionals administered by the users of the units themselves, research is quite scarce and what exists focuses mainly on doctors, neglecting other professional categories such as nurses and technical assistants. This study seeks to fill part of the gap by identifying the types of violence faced, all the professionals from different categories involved, and suggesting preventative and training measures that can mitigate the problem. Using data from the “Notific@” platform for reporting incidents and accidents in the health system, the study aims to map not only the types of violence, but also the relationship between age group and gender in terms of the number of complaints made and the implications and measures taken following these episodes. The results show that little psychological support is provided to health professionals after an episode. The research is organized into four chapters covering the literature review, the methodology used, the analysis of the results and, finally, the conclusions and recommendations, offering a comprehensive and detailed view of the subject.