Veiled legacies: Secret societies, foreign influences, and the enduring tapestry of chinese characteristics in Republican-Era China

Abstract

In the first half of the 20th century, China underwent profound transformations with the establishment of a power structure, identity, and ideology marked by external influences that shaped the Republican era during the Nanjing decade (1928-1937). The primary objective of this research was to analyse the relationship between the Nationalist government, secret societies, and external influences, as well as their manifestations during the Nanjing decade. This study examined the interaction between governmental discourse and representations of power, external ideologies, and social perceptions, especially towards the end of this period. A qualitative methodology was employed, based on the analysis of primary documentary sources, including speeches by President Chiang Kai-shek (n=49) and images from the entertainment magazine Manhua (n=117), followed by data processing. Coding and categorisation of the sources using the MAXQDA software allowed for the exploration of different dimensions of analysis and their relationships, such as national identity, political system, socioeconomic sphere, external influences, and cultural and social aspects. The results demonstrate that the selective adaptation of traditional elements and external influences led to a strong notion of modernity applied to the Chinese governance model. The president's emphasis on militarisation and the New Life Movement stood out as attempts at cultural reform promoting a conservative modernity with "Chinese characteristics." An observed interconnection between the government, external influences, and secret societies was marked by representations of corruption and authoritarianism, highlighting social inequalities and public distrust that reflected various tensions and contradictions within the regime.

Na primeira metade do século XX, a China atravessou transformações profundas com o estabelecimento de uma estrutura de poder, identidade e ideologia marcada por influências externas que moldaram a era republicana durante a década de Nanjing (1928-1937). O principal objetivo da pesquisa foi analisar a relação entre o governo nacionalista, as sociedades secretas e as influências externas, bem como as suas manifestações na década de Nanjing. Este estudo examinou a interação entre o discurso governamental e as representações do poder, ideologias externas e perceções sociais, especialmente no final deste período. Utilizou-se uma metodologia qualitativa baseada na análise de fontes documentais primárias, incluindo discursos do Presidente Chiang Kai-shek (n=49) e imagens de revistas de entretenimento Manhua (n=117), procedendo-se ao tratamento de dados. A codificação e categorização das fontes com recurso ao programa MAXQDA permitiu explorar diferentes dimensões de análise e as suas relações, como: identidade nacional, sistema político, esfera socioeconómica, influências externas, e aspetos culturais e sociais. Os resultados demonstram que a adaptação seletiva de elementos tradicionais e influências externas conduziram a uma ideia forte de modernidade aplicada ao modelo de governação chinês. Destaca-se a ênfase do presidente na via da militarização e do movimento Nova Vida como tentativas de reforma cultural que promoviam uma modernidade conservadora com "características chinesas". Verificou-se uma interconexão entre governo, influências externas e sociedades secretas, assinalada por representações de corrupção e autoritarismo, destacando-se ainda desigualdades sociais e desconfiança pública que refletiam diferentes tensões e contradições no regime.