Does music training provide non-musical benefits?: Evidence from auditory, linguistic, and socio-emotional processing

Abstract

There is a growing body of research on the potential non-musical effects of music training. While transfer to domains tightly related to music (near transfer) are often taken for granted, the possibility of far transfer (to domains substantially different from music) remains controversial. Given the close associations between music, cognitive and socio-emotional processing, we focus on three topics: (1) a systematic review and meta-analysis of longitudinal studies on neural and behavioral effects of music training on auditory and linguistic processing. We report a positive neurobehavioral enhancement of music training on both domains with a small effect size, high levels of heterogeneity and suggestive evidence of publication bias; (2) a cross-sectional study analyzing associations between children’s emotion recognition skills and socio-emotional adjustment. Higher emotion recognition in prosody is associated with better socio-emotional adjustment, even after accounting for cognitive and socio-demographic factors; and (3) a longitudinal study with children investigating music training effects on near transfer domains (auditory and motor skills), and on a wide range of socio-emotional abilities (far transfer). Music training significantly improved motor skills. Effects on auditory skills were inconclusive, however, and we found no effects of music training on socio-emotional processing. These results are suggestive of near transfer from music training, but not of far transfer. Altogether, these findings advance new knowledge on the extent of music training transfer effects, particularly considering children´s socio-emotional abilities, a topic poorly explored.

Existem cada vez mais estudos focados nos efeitos de transferência do treino musical. Enquanto possíveis efeitos em domínios próximos da música são frequentemente negligenciados, a possibilidade de transferência para domínios substancialmente diferentes da música é controversa. Considerando a estreita associação entre música, processamento cognitivo, e processamento sócio-emocional, a presente tese foca-se em três tópicos: (1) uma revisão sistemática e meta-análise de estudos longitudinais que examinam efeitos de transferência no processamento auditivo e linguístico, ao nível cerebral e comportamental. Os resultados apontam para um efeito positivo em ambos os domínios. Contudo, o tamanho do efeito é pequeno, existe elevada heterogeneidade, e evidência sugestiva de viés de publicação; (2) um estudo transversal que analisa associações entre o reconhecimento emocional em crianças e o seu ajustamento sócio-emocional. Um melhor reconhecimento emocional em prosódia está positivamente associado ao ajustamento sócio-emocional, independentemente de fatores cognitivos e sócio-demográficos; e (3) um estudo longitudinal com crianças que examina efeitos do treino musical em domínios próximos da música (competências auditivas e motoras), assim como uma ampla variedade de competências sócio-emocionais. O treino musical melhorou significativamente as competências motoras. Contudo, os efeitos nas competências auditivas são inconclusivos e não houve efeitos significativos no processamento sócio-emocional. Estes resultados sugerem que o treino musical pode ter efeitos em domínios próximos da música, mas a evidência para efeitos em domínios substancialmente diferentes da música é escassa. Globalmente, estes resultados permitem avançar novos conhecimentos quanto aos efeitos de transferência do treino musical, particularmente considerando as competências sócio-emocionais de crianças, um tópico pouco explorado.