Human capital, research and development and structural transformation: The case of Portugal's failed transition to a knowledge-based economy (2000-2019)

Abstract

Since the 1990s, policies that foster the accumulation and improvement of knowledge inputs have been considered pivotal for productivity and economic growth. In this context, Portugal, aligning with the EU development strategies since 2000, has invested significantly in human capital and promoting R&D activities. Nevertheless, despite remarkable progress in these areas, the nation has failed to upgrade its specialisation profile. Drawing from contrasting narratives about the drivers of structural change, the dissertation addresses this puzzle through an economy-wide diachronic analysis focusing on six key dimensions: structural reforms in economic regulation (1) and in the social model (2), the economy's capacity to effectively absorb qualified labour and R&D expenditures (3), productive capacity within the manufacturing sector (4), industrial policy (5), and the scope and rationales of the state's economic intervention (6). The results obtained in the first, second and fourth dimensions suggest that an interpretation grounded in a "productionist" perspective provides a better understanding of the Portuguese case than mainstream accounts emphasising the need for institutional structural reforms. Furthermore, the findings concerning the third dimension cast doubt on the interpretation that Portuguese efforts to expand and improve knowledge inputs have been insufficient. Lastly, while previous heterodox contributions have insightfully examined Portugal's weak economic performance primarily through the lens of international political economy dynamics, the findings regarding the fifth and sixth dimensions also highlight that neither industrial policy nor state intervention at the national level have aligned with the ambition of upgrading the country's productive structure.

Desde a década de 1990, as políticas que promovem a acumulação e melhoria dos recursos de conhecimento têm sido consideradas essenciais para a produtividade e o crescimento económico. Neste contexto, Portugal, alinhado com as estratégias de desenvolvimento da UE desde 2000, tem investido significativamente em capital humano e em I&D. Contudo, o país não conseguiu melhorar o seu perfil de especialização. Partindo de narrativas contrastantes sobre os motores da mudança estrutural, a dissertação aborda este enigma através de uma análise diacrónica da economia no seu conjunto, concentrando-se em seis dimensões: reformas estruturais na regulação económica (1) e na segurança social (2), capacidade da economia para absorver eficazmente trabalhadores qualificados e despesas em I&D (3), capacidade produtiva no sector industrial (4), política industrial (5) e alcance e fundamentos da intervenção económica do Estado (6). Os resultados obtidos para a primeira, segunda e quarta dimensões sugerem que uma interpretação baseada numa perspetiva "produtivista" permite uma melhor compreensão do caso português face às interpretações que enfatizam a necessidade de reformas estruturais. Aliás, os resultados relativos à terceira dimensão questionam a interpretação de que os esforços para expandir e melhorar os recursos de conhecimento têm sido insuficientes. Enfim, embora as contribuições heterodoxas anteriores tenham analisado de forma perspicaz o fraco desempenho económico de Portugal principalmente através da ótica da economia política internacional, os resultados relativos à quinta e sexta dimensões também evidenciam que nem a política industrial nem a intervenção do Estado cumpriram com a ambição de melhorar a estrutura produtiva do país.