Políticas de saúde materna na Guiné-Bissau: A perspetiva das parturientes

Abstract

A temática apresentada, no domínio da Saúde tem sido objeto de estudo, nomeadamente na área da Sociologia. Sabe-se que o sistema de saúde da Guiné-Bissau é precário, precariedade essa decorrente da vulnerabilidade estrutural do Estado e da incapacidade do governo guineense, que tem se mostrado ineficaz no sentido de criar políticas públicas com vistas a proteger os direitos dos seus cidadãos, entre os quais, destaca-se o direito à saúde. Uma das, senão, as principais vítimas desse estado de coisas, são justamente as mulheres, cujos problemas de saúde não têm merecido a atenção que demanda por parte das autoridades do país. Evidência disso reside nos diversos casos de mulheres que recorrem aos postos públicos de saúde para buscar atendimentos, que, não raras vezes, acabam sendo vítimas de discriminação, violência, abandono e de morbimortalidade por causas preveníveis e evitáveis. Este trabalho foi realizado através de pesquisa bibliográfica e um estudo de natureza qualitativa com recurso à técnica de entrevista semidiretiva administrada a parturientes, da maternidade do Hospital Simão Mendes, na Guiné-Bissau, bem como a perspetiva adicional dos profissionais de saúde e coordenadores de projetos que operam neste centro hospitalar. Ademais, da análise de conteúdo, foi possível identificar diferentes constrangimentos registados, que limitam a eficácia de um atendimento propício às grávidas e às parturientes, remetendo assim para a necessidade da importância de implementação de políticas públicas direcionadas para a saúde materna.

In the field of Health, the theme presented, has been object of study, namely in the area of Sociology. It is known that the health system in Guinea-Bissau is precarious, resulting from the structural vulnerability of the State and the inability of the Guinean government, which has been shown to be ineffective in the sense of creating public policies with a view to protect the rights of its citizens, among which the right to health stands out. One of, if not the main victims of this state of affairs are precisely women, whose health problems have not received the attention they demand from the country's authorities. Evidence of this lies in the various cases of women who resort to public health posts to seek care, who not infrequently, end up being victims of discrimination, violence, abandonment and morbidity and mortality due to preventable and avoidable causes. This work was carried out through library research and a qualitative study using the semi-directive interview technique administered to parturients, from the maternity of the Hospital Simão Mendes, in Guinea-Bissau, as well as the additional perspective of health professionals and project coordinators who operate in this hospital center. Furthermore, from the content analysis, it was possible to identify different registered constraints, which limit the effectiveness of an adequate service to pregnant women and women in labor, thus referring to the need for the importance of implementing public policies aimed at maternal health.