Promoção da saúde e bem-estar de profissionais de ação humanitária: O papel das ONGs e o debriefing enquanto estratégia de prevenção

Abstract

A presente dissertação foca-se na temática de ações humanitárias e nas pessoas que nesta trabalham, a sua saúde mental e o papel das Organizações Não-Governamentais. O principal objetivo foi compreender de que modo a saúde mental das pessoas que trabalham em ações humanitárias é afetada pelas missões que realizam, que necessidades reportam e em que medida é que as ONGs disponibilizam recursos psicológicos a estes indivíduos. Para aqueles que tem acesso ao Debriefing, pretende-se perceber de que modo é que esta intervenção pode ser uma mais-valia para os mesmos. Para o efeito, foi realizado um estudo qualitativo, onde participaram 15 profissionais humanitários de quatro nacionalidades diferentes, que foram entrevistados por videoconferência. Os principais resultados revelaram não só a carência de sistemas de apoio por parte das ONGs, como também a dificuldade que os próprios profissionais humanitários têm de recorrer ao apoio psicológico, mesmo sabendo que têm essa possibilidade. O Debriefing fornecido, no geral, foi considerado insuficiente, considerando a falta de profundidade dos assuntos abordados e do número de vezes ao qual os participantes tiveram acesso ao mesmo.

This dissertation focuses on the theme of humanitarian actions and the people who work in them, their mental health, and the role of Non-Governmental Organizations. The main objective was to understand how the mental health of people working in humanitarian actions is affected by their missions, what needs they report and to what extent NGOs make psychological resources available to these individuals. For those who have access to Debriefing, we intend to understand how this intervention can be of added value to them. For this purpose, a qualitative study was conducted, in which 15 humanitarian professionals from four different nationalities participated and were interviewed via videoconference. The main results revealed not only the lack of support systems by the NGOs, but also the difficulty that the humanitarian professionals themselves must resort to psychological support, even knowing that they have this possibility. The Debriefing provided, in general, was considered insufficient, considering the lack of depth of the subjects addressed and the number of times the participants had access to it.