O teletrabalho vivido no feminino: A experiência do teletrabalho nas mães trabalhadoras

Abstract

O teletrabalho em Portugal ganhou outra dimensão durante a pandemia Covid-19, colocando novos desafios quer às empresas quer aos trabalhadores. Esta pesquisa do tipo exploratória pretende analisar como é que o teletrabalho foi encarado pelas mulheres trabalhadoras, em particular as que têm filhos menores de 12 anos. O objetivo do estudo é recolher as dificuldades encontradas pelas mulheres, tendo em conta as responsabilidades parentais que lhes estão frequentemente associadas. Pretende-se perceber que vantagens e desvantagens encontraram no teletrabalho, perceber como foi gerido o equilíbrio entre a vida profissional e a vida pessoal, bem como compreender os eventuais impactos sentidos ao nível do seu bem-estar físico ou psicológico. Os dados foram recolhidos através de entrevistas semiestruturadas a 7 mulheres, as quais foram recolhidas entre janeiro e maio de 2022. A nível dos resultados, percebeu-se algumas dificuldades como: os filhos em telescola, o que implicou uma maior necessidade de atenção e menor tempo para o teletrabalho. Foram percecionadas vantagens e desvantagens, foram identificadas as condições de trabalho consideradas necessárias para desenvolver as funções e foram abordadas algumas estratégias adotadas no sentido de manter o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional. Os resultados obtidos, ainda que devam ser interpretados com a devida precaução (considerando que se trata de um estudo exploratório) permitem abrir pistas sobre os fatores que podem facilitar ou obstaculizar a adoção do teletrabalho no futuro. Esta investigação abre portas para estudos futuros sobre o teletrabalho, nomeadamente sobre a forma como este é percebido pelas mulheres em contexto não pandémico.

Telework is gaining in Portugal another dimension during the crisis caused by the covid-19 pandemic, posing new challenges to both companies and workers. This exploratory research intends to study how telework was seen by women, in particular as workers and by those who have children under 12 years of age. The aim of the study is to collect the difficulties encountered by women, taking into account the parental responsibilities that are often associated with them. In addition, it is intended to understand what advantages and disadvantages they found in telework, to understand how the work-life balance was managed, as well as to understand the impacts even felt at the level of their physical or psychological well-being. Data were collected through semi-structured interviews with 7 women, performed between January and May 2022. Regarding the results, difficulties were found by these women while their children were in a school, which requires a greater need for attention and shorter time for telework. Both advantages and disadvantages of this work regime were identified, working conditions considered necessary to develop the professional activities were identified, and some strategies adopted towards work-life balance were addressed. The results obtained, although they should be interpreted with due caution (considering that this is an exploratory study), allow clues about the factors that may facilitate or hinder the adoption of telework in the future. This research opens the door to studies on telework, particularly on how it is perceived by women in a non-pandemic context.