Serviço social, mediação e coordenação parental: uma análise comparativa

Abstract

Neste trabalho de pesquisa analisamos a relação entre o Serviço Social e os sistemas alternativos de resolução de conflitos (alternative dispute Resolution System, ADR) decorrentes do exercício das responsabilidades parentais. A mediação não é uma acção ou técnica nova para o Serviço Social, sendo um dos objectivos da sua intervenção a procura de uma solução para os conflitos. Nas últimas décadas, a mediação tornou-se um sistema alternativo de resolução de conflitos por direito próprio, especialmente no campo dos conflitos parentais, onde outros sistemas começam também a emergir, como a coordenação da parentalidade. A tese procura responder aos seguintes objetivos: conhecer as ADR existentes em situações de conflito em relação ao exercício das responsabilidades parentais; identificar as componentes epistemológicos, teóricos, metodológicos e éticas que permitiram compreender a mediação como uma disciplina autónoma em comparação com outras disciplinas; identificar as componentes que facilitam compreender a mediação como uma profissão autónoma em comparação com outras profissões; e analisar as experiências na coordenação parental, bem como as implicações e dificuldades desta intervenção. O trabalho de pesquisa orienta-se por uma metodologia qualitativa baseada na análise dos dados recolhidos pela amostra, constituida por dezassete entrevistas e três grupos focais com um total de 39 participantes de oito países diferentes (Bélgica, Espanha, Portugal, Reino Unido, Itália, Suecia, Noruega y Finlândia). Como resultados obtidos, podemos destacar, que a principal dificuldade apontada por especialistas e profissionais em relação à falta de procura de ADR por parte dos cidadãos é a ausência de uma cultura de gestão colaborativa de conflitos, apontando o importante papel do Serviço Social nesta transformação social. O Serviço Social dá um contributo essencial para o quadro epistemológico e teórico da mediação e da coordenação parental. O não econhecimento da mediação como disciplina e profissão autónoma pelos profissionais e formadores consultados no presente estudo. O Serviço Social precisa de prestar mais atenção académica e profissional à figura do coordenador da parentalidade e mediação nos seus planos de formação graduada e pós-graduada. Como principal contributo cientifico desta tese é a perspetiva internacional e comparada de peritos e profissionais, que permitiu não só ter um diagnóstico da situação actual, mas também apontar as melhorias e propostas necessárias para o futuro que devem ser refletidas pelos profissionais e especialistas em todos os domínios, e especialmente pelo Serviço Social.

La tesis que aquí se presenta analiza la relación entre el Trabajo Social y los sistemas alternativos de resolución de conflictos (ADR) en la gestión de los conflictos que surgen el ejercicio de las responsabilidades parentales. La mediación no es una acción o técnica nueva para el trabajo social, siendo uno de los objetivos propios de su intervención la búsqueda de una solución a los conflictos. Sin embargo, en las últimas décadas la mediación goza de entidad propia como ADR, especialmente en el ámbito de los conflictos parentales, donde además comienzan a surgir otros sistemas, como la coordinación de parentalidad. Esta tesis pretende responder a los siguientes objetivos: conocer los ADR existentes ante situaciones conflictivas en relación al ejercicio de las responsabilidades parentales; identificar los componentes epistemológicos, teóricos, metodológicos y éticos que permitirían entender a la mediación como disciplina autónoma frente a otras disciplinas; identificar los componentes que permitirían entender la mediación como una profesión autónoma frente a otras profesiones; y, analizar las experiencias en coordinación de parentalidad, así como las implicaciones y dificultades de esta nueva figura. Para la consecución de estos objetivos se ha realizado una investigación cualitativa basada en el análisis de los datos aportados por diecisiete entrevistas y tres focus groups con un total de 39 participantes de ocho países diferentes (Bélgica, España, Portugal, Reino Unido, Italia, Suecia, Noruega y Finlandia). Entre los principales resultados obtenidos podemos destacar, que la principal dificultad apuntada por los expertos y profesionales en relación a la falta de demanda por parte de la ciudadanía de los ADR es la falta de una cultura en la gestión colaborativa de los conflictos, señalándose el importante papel del trabajo social en esta necesaria transformación social. En segundo lugar, el trabajo social contribuye de forma esencial al marco epistemológico y teórico de la mediación y la coordinación de parentalidad. La falta de reconocimiento de la mediación como disciplina y profesión autónoma por parte de los profesionales y formadores consultados en el presente estudio. El trabajo social debe prestar una mayor atención académica y profesional a la figura del coordinador de parentalidad y la mediación en sus planes de formación de grado y posgrado. La principal aportación de esta tesis es la visión internacional y comparada de expertos y profesionales, que ha permitido no solo tener un diagnóstico de la situación actual, sino también señalar mejoras necesarias y propuestas de futuro que sin duda deberán ser tenidas en cuenta por profesionales y expertos de todas las materias, y muy especialmente por el Trabajo Social.