Qual a natureza e a frequência dos erros na actividade de medicina geral e familiar geral num ACES

Abstract

Este estudo tem como objectivo conhecer a situação actual, respeitante a potenciais erros que possam ocorrer, ou a erros que ocorrem na actividade de medicina geral e familiar, num Agrupamento de Centros de Saúde – ACES, que presta cuidados de saúde primários, com o objectivo de evidenciar a tipologia do erro e identificar zonas de risco na trajectória do utente. O método utilizado para este estudo foi um estudo comparativo, tendo como referencia o estudo PRIMARY CARE INTERNATIONAL STUDY OF MEDICAL ERRORS - PCISME, de 2001, dirigido pelo Robert Graham Center of the American Academy of Family Physicians, o qual convidou investigadores de seis países, Austrália, Canadá, Holanda, Nova Zelândia, Reino Unido e Estados Unidos, que define erro como “qualquer coisa que se identifica como errada, e que deve não deve voltar a ocorrer”. Da amostra seleccionada, 20 médicos com a especialidade de medicina geral e familiar, 8 reportaram um total de 40 erros, os quais foram classificados de acordo com os níveis da tabela de classificação que emanou do estudo PCISME. Os níveis de classificação são: “erros no atendimento administrativos” 47,50%; “erros com exames exploratórios” 25,00%; ”erros com tratamentos” 5,00%; “erros de comunicação” 15,00%; ”erros de conhecimentos ou competências” 5,00%; “outros erros” 2,50%. Pode concluir-se que, os erros relatados pelos médicos com a especialidade de medicina geral e familiar deste estudo podem ser enquadrados nas tipologias internacionalmente estudadas e relatadas pelos médicos, no início desta década, para estudo internacional PCISME que desde então tem sido base para diversos estudos a nível internacional sobre a problemática da segurança do doente nos cuidados de saúde primários.

This study aims at understanding the current situation in relation to potencial errors that occur in the business of general practice, a unit of Primary Health Care in Portugal, ACES, with a view to demonstrating the type of error and identify risk areas in the path orientation. The method used for this study was a comparative study, taking as reference the study PCISME - PRIMARY CARE INTERNATIONAL STUDY OF MEDICAL ERROS, of 2001, directed by Robert Graham Center of the American Academy of Family Physicians, which invited researchers from six countries, Australia, Canada, Netherlands, New Zealand, United Kingdom and the United States, which defines error as “anything that you identify as something wrong, to be avoided in the future”. From the sample selected, 20 doctors specialized in general practice, 8 reported a total of 40 errors, which were classified according the assessment categories that emerged from the study PCISME. The first level of classification concerns to “Errors in office administration” 47,50%; “Investigation errors of research” 25,00%; “Treatment errors” 5,00%; “Comunication errors” 15,00%; “Errors in knowledge and skills” 5,00%; “Other errors” 2,50%. It can be concluded that the errors reported by physicians specialized in general medicine and family of this study can be classified in those reported by physicians in this decade, in the international study PCISME which has since been the basis for several studies internationally, on the problem of patient safety in primary care.