A satisfação de colaboradores Moçambicanos em tempos de pandemia: Uma avaliação a nível de clima e estrutura organizacional

Abstract

As pessoas são uma parte essencial das organizações, independentemente do setor em que estão inseridas – é o capital humano que tem o maior impacto na produtividade das empresas. Considerando que quanto mais satisfeitos estiverem os colaboradores com o seu local de trabalho, mais comprometidos e produtivos serão, achamos interessante perceber quais os preditores da satisfação, de modo a ser possível potenciá-la e, consequentemente, maximizar a produtividade nas organizações. Deste modo, o objetivo do nosso estudo passa por identificar quais os preditores da satisfação, num contexto muito específico em que vivemos atualmente – a pandemia da COVID-19. Neste sentido, foram tidas em consideração, enquanto variáveis preditoras da satisfação no trabalho: a exaustão emocional, o crescimento e desenvolvimento, a realização pessoal, a clareza de papéis, o conflito de papéis, a sobrecarga de papéis e a cooperação (como sendo dimensões do clima organizacional); por outro lado, foram também consideradas a formalização e a hierarquia da autoridade, como pertencentes à estrutura organizacional; e, por fim, a implicação organizacional, estando associada ao clima organizacional. A seriedade e a expectativa da duração da pandemia COVID-19 surge no modelo teórico enquanto moderadora destas relações. A nossa amostra foi recolhida em Moçambique, através de um questionário online. Participaram 116 trabalhadores de empresas moçambicanas, com idades compreendidas entre 18 e 45 ou mais anos, dos quais 75% são do sexo feminino. Os resultados evidenciaram que apenas o crescimento e desenvolvimento, o conflito de papéis e a implicação organizacional funcionam como preditoras da satisfação no trabalho. Relativamente às moderações realizadas, observaram-se três efeitos de interação significativos: a hierarquia de autoridade e a cooperação com a seriedade da COVID-19 e a formalização com a expectativa de duração da COVID-19.

People are an essential part of organizations, regardless of the sector in which they are inserted - it is the human capital that has the greatest impact on companies' productivity. Considering that the more satisfied employees are with their workplace, the more committed and productive they will be, we find it interesting to understand which are the predictors of satisfaction, so that it is possible to boost it and, consequently, maximize productivity in organizations. Thus, the objective of our study is to identify which are the predictors of satisfaction, in a very specific context in which we currently live - the COVID-19 pandemic. In this sense, the following variables were taken into account as predictors of job satisfaction: emotional exhaustion, growth and development, personal fulfillment, role clarity, role conflict, role overload and cooperation (as dimensions of the organizational climate); on the other hand, formalization and hierarchy of authority, as belonging to the organizational structure; and, finally, organizational implication, being associated with the organizational climate. The seriousness and expectation of the duration of the COVID-19 pandemic emerges in the theoretical model as moderator of these relations. Our sample was collected in Mozambique through an online questionnaire. There were 116 workers from Mozambican companies, aged between 18 and 45 or older, 75% of whom were female. The results showed that only growth and development, role conflict and organizational implication work as predictors of job satisfaction. Regarding the moderations carried out, three significant interaction effects were observed: the hierarchy of authority and cooperation with the seriousness of COVID-19 and the formalization with the expectation of duration of COVID-19.