Robot citizenship and women's rights: the case of Sophia the robot in Saudi Arabia

Abstract

In 2017, Saudi Arabia declared Sophia, the humanoid robot, an official Saudi citizen. This event has highlighted the gender inequality issues in Saudi Arabia and has also led to many debates concerning human rights as well as women's rights, seen that the Kingdom is known for still being conservative and traditionally patriarchal, having strong religious values and still not regarding women as political persons or as equal to Saudi men. In other words, this case is particularly peculiar because of the active denial of women's human rights, their lack of full citizenship and the simultaneous concession of citizenship to a female-looking nonhuman being. Accordingly, through the analysis of the existent literature, news articles, laws and the conducted interview, the present project intends to study this unique decision and is based on an explorative and evaluative approach of the reasoning behind the citizenship process as well as of the comparison between Sophia's and Saudi women’s rights in the Kingdom. The aims herein are to demonstrate why the robot was granted the Saudi citizenship, how women's rights have evolved over the course of the last years and to bridge the current gap in the literature that consists of the comparison between Sophia and Saudi women in different domains. In this way, the research enabled the demonstration of a lack of coherence between the liberties granted to a robot and Saudi women as well as the identification of a citizenship process that was not well thought out and different motives for Sophia's citizenship.

Em 2017, a Arábia Saudita declarou Sophia, um robô humanoide, como cidadão Saudita oficial. Esta decisão voltou a realçar os problemas de desigualdade de género no país e levou a várias discussões relativamente a direitos das mulheres, já que o Reino é conhecido por ainda ser um país conservativo e tradicionalmente patriarcal, ter fortes valores religiosos e continuar a não tratar as mulheres de forma igualitária. Por outras palavras, este caso é particularmente paradoxal por causa da negação ativa de direitos humanos às mulheres, da sua falta de plena cidadania e da concessão simultânea deste estatuto a um ser não humano com aparência feminina. Através da análise da literatura existente, artigos de notícia, leis e a entrevista realizada, o presente projeto tenciona estudar esta decisão única e baseia-se em uma abordagem explorativa e avaliativa das razões que levaram a este processo de cidadania, assim como da comparação entre os direitos de Sophia e das mulheres Sauditas no Reino. Os objetivos são demonstrar as razões pelas quais a cidadania Saudita foi atribuída ao robô, explorar como os direitos das mulheres evoluíram ao longo dos últimos anos e preencher a atual lacuna na literatura que consiste na comparação entre Sophia e as mulheres Sauditas em diferentes aspetos. Deste modo, a pesquisa permitiu a demonstração de uma falta de coerência entre as liberdades concedidas a um robô e às mulheres Sauditas, a identificação de um processo de cidadania que não foi bem planeado e de vários motivos que justificam a cidadania de Sophia.