Uma questão de justiça: Comportamentos de cidadania nas organizações

Abstract

Actualmente são imensos os desafios que enfrentamos diariamente em diversos sectores. A flexibilidade do trabalho é tida como medida a adoptar para conseguir corresponder a esses desafios. Segundo Murteira (2007), a flexibilidade nasce da competição existente no contexto da globalização, que requer facilidade de contratação e despedimento de trabalhadores. O trabalho temporário é uma forma de trabalho flexível que organizado desempenha um importante papel económico para a competitividade das empresas e para o emprego (Santana e Centeno, 2000). Segundo António Monteiro Fernandes (2007) “tem-se recorrido à designação de «trabalho temporário» para apontar a situação típica em que uma empresa cede, a título oneroso ou gratuito, e por tempo limitado, a uma outra empresa a disponibilidade da força de trabalho de certo número de trabalhadores” (p.161). Face ao actual contexto de flexibilidade, não é apenas o trabalho temporário que representa uma estratégia; os comportamentos de cidadania organizacional são necessários para a sobrevivência das empresas (Peiró e Prieto, 1996). O comportamento de cidadania organizacional é definido como “um comportamento individual discricionário, não directamente ou explicitamente reconhecido pelo sistema formal de recompensas, que no seu conjunto promove o funcionamento efectivo e eficiente da organização” (Organ, et al., 2006).O comportamento de cidadania organizacional é amplamente influenciado pela justiça organizacional. As pessoas adoptam diversas atitudes e comportamentos relevantes quando percepcionam determinados níveis de (in)justiça (Organ, 1990). Nesta dissertação pretende-se compreender de que modo o regime contratual tem influência nas percepções de justiça dos colaboradores, e consequentemente na adopção ou não de comportamentos de cidadania organizacional.

Nowadays we face many challenges in a daily basis. Flexibility at work is thought to be the solution to all these challenges. According to Murteira (2007), flexibility rises from the competition in the context of globalization, which requires promptness in hiring and firing of workers. Temporary work is a form of flexible work with an important economic role for the competitiveness of companies and for work in general (Santana e Centeno, 2000). According to António Monteiro Fernandes (2007) “tem-se recorrido à designação de «trabalho temporário» para apontar a situação típica em que uma empresa cede, a título oneroso ou gratuito, e por tempo limitado, a uma outra empresa a disponibilidade da força de trabalho de certo número de trabalhadores” (p.161). In the present context of flexibility, it is not only temporary work that represents a strategy; organizational citizenship behavior is necessary for the survival of companies (Peiró e Prieto, 1996). Organizational citizenship behavior is defined as “um comportamento individual discricionário, não directamente ou explicitamente reconhecido pelo sistema formal de recompensas, que no seu conjunto promove o funcionamento efectivo e eficiente da organização” (Organ, et al., 2006).Organizational citizenship behavior is affected by organizational justice. People act with relevance when they perceive certain levels of (in) justice (Organ, 1990). Thus, this dissertation is an effort to understand how contracts affect the way workers perceive justice, and consequently adopt citizenship behavior.