Job quality of Portuguese health professionals: 2011 vs 2015

Abstract

The present research uses data from European Union Labour Force Survey to analyse job quality of Portuguese health professionals, comparing data from the years 2011 and 2015. The data from both years were processed separately through Fuzzy Clustering Analysis, which enabled the identification of employment profiles within each year. The empirical findings identified sets of three and four profiles to 2011 and 2015, respectively. In these sets, the duality of bad and good jobs is distinguishable. The bad jobs are characterized by affecting mainly young professionals and are identified by the existence of precarious situations such as limited duration contracts, part-time jobs and having low income. Good jobs have the opposite characteristics. The good jobs are mainly occupied by the older professionals. These professionals have permanent and full-time jobs and are taking home wages placed within the highest deciles of income in the Portuguese society. Medical Doctors is the professional category with better contractual and income indicators, though is the category to be clearly identified as having more weekly working hours. The category Other Health Professionals is the one more affected by the precariousness in the early years of practice, which indicates the need of a deeper research on who these other professionals are, and if there are other relevant differences within the category. Apart from the found duality, this research also found a duality within the duality, which is the existence of atypical work within the profiles with better jobs, creating a distinction between professionals.

A presente pesquisa utiliza dados do "European Union Labour Force Survey" para analisar a qualidade do emprego dos profissionais de saúde portugueses, comparando dados dos anos de 2011 e 2015. Os dados de cada ano foram tratados através de "Fuzzy Clustering Analysis", que permitiu a identificação de conjuntos de perfis de emprego dentro de cada ano. Os resultados empíricos identificaram conjuntos de três e quatro perfis de emprego para 2011 e 2015, respetivamente. Nestes conjuntos observa-se a existência da dualidade dos maus e bons empregos. Os maus empregos caracterizam-se por afetar jovens profissionais e são identificados pela existência de situações precárias, como contratos de tempo limitado, empregos a tempo parcial e salários de baixo valor. Os bons empregos são ocupados principalmente pelos profissionais de saúde mais antigos. Estes profissionais têm empregos com contratos sem termo e a tempo inteiro, levando para casa salários colocados nos níveis mais altos de rendimento em Portugal. Os médicos são a categoria profissional com melhores indicadores contratuais e de rendimento mensal, embora seja a categoria que é claramente identificada como tendo mais horas semanais de trabalho. A categoria dos outros profissionais da saúde é a mais afetada pela precariedade nos primeiros anos de prática, o que indicia a necessidade de uma pesquisa aprofundada sobre quem são esses outros profissionais, e se existem outras diferenças relevantes mesmo dentro da categoria. Encontrou-se, ainda, uma dualidade dentro da dualidade, que é a existência de trabalho atípico em alguns dos perfis dos bons empregos, criando separação entre os profissionais.