A influência que os papéis do farmacêutico e do paciente com doença crónica têm na efetividade da terapia

Abstract

A presença de uma doença crónica exige uma contínua procura dos serviços farmacêuticos. Com a expansão dos serviços farmacêuticos estes profissionais passaram a acompanhar o paciente como profissionais de saúde possibilitando também um outro relacionamento que poderá beneficiar a saúde do utente. Posto isto, o objetivo desta investigação é verificar como é que o papel dos farmacêuticos e dos pacientes no seu relacionamento afetam a efetividade do tratamento de doenças crónicas. Para este estudo foram utilizados dois fluxos de investigação, o primeiro é a "Role theory" e a sua perspetiva cognitiva que estuda a influencia das expectativas do paciente nas reações positivas e negativas ao nível individual. O segundo é a "microfoundations movement" que permitiu considerar as interações multinível num ecossistema de saúde. Assim, utiliza-se uma metodologia qualitativa através de entrevistas a diversas entidades de forma a compreender a visão de cada membro deste ecossistema para o relacionamento paciente - farmacêutico. Constatámos que as reações positivas dos pacientes ao serviço farmacêutico prevalecem sobre as negativas, o que poderá possibilitar uma maior interação entre o paciente e o farmacêutico. Porém foi verificado alguma resistência dos pacientes a este relacionamento derivado da falta de assimilação do papel alargado do farmacêutico. Verificamos que se consegue uma melhor compreensão deste relacionamento se adoptarmos um olhar multinível sobre este ecossistema. Através desta dissertação é sugerido que para obter uma alteração e expansão dos serviços disponibilizados ao cliente final deverão existir mudanças significativas institucionais, organizacionais e de relacionamento individual ao longo de todo o ecossistema farmacêutico.

The presence of a chronic disease requires a continuous search of the pharmaceutical services. With the expansion of the pharmaceutical services, these professionals started to accompany the patient as health professionals, enabling another relationship that could benefit the health of the patient. That said, the purpose of this research is to see how the role of pharmacists and patients in their relationship affect the effectiveness of chronic disease management. For this study, two research flows were used, the first one is Role theory and its cognitive perspective that studies the influence of the patient's expectations on the positive and negative reactions at the individual level. The second is the "microfoundations movement" that allowed us to consider the multilevel interactions in a health ecosystem. Thus, a qualitative methodology is used through interviews with several entities in order to understand the vision of each member of this ecosystem for the patient-pharmaceutical relationship. We have noticed that the positive reactions of patients to the pharmaceutical service prevail over negative ones, which may allow a greater interaction between the patient and the pharmacist. However, some resistance of the patients to this relationship was verified due to the lack of assimilation of the extended role of the pharmacist. We have found that a better understanding of this relationship can be achieved by taking a multilevel view of this ecosystem. Through this dissertation it is suggested that in order to obtain a change and expansion of the services made available to the final customer there must be significant institutional, organizational and individual relationship changes throughout the entire pharmaceutical ecosystem.