Intervenção humanitária em situações de catástrofe

Abstract

Situações de crise, consequentes de catástrofes naturais e/ou tecnológicas ocorrem transversalmente no mundo, de forma mais marcada nos países subdesenvolvidos mas também nos países desenvolvidos, causando em todos a maior das tragédias: a perda de vidas humanas. De forma a minimizar esta realidade, organizações nacionais e internacionais, civis e militares trabalham em contexto de intervenção humanitária, muitas vezes em cooperação, uma realidade que se prevê exponencial, e que se deseja cada vez mais impregnada de rigor e exercida com planeamento e reflexão. Constituindo um dos temas internacionalmente mais discutidos, exige uma participação reflectida por todos, pois mais do que ajudar a intervenção humanitária, é uma forma de promoção social e de dignificação do Ser Humano. A intervenção humanitária em situações de catástrofe exige, segundo a bibliografia relacionada, uma profissionalização urgente norteada por formação específica, de forma a colmatar a eventual falta de conhecimentos dos profissionais envolvidos. Em Portugal esta não constitui ainda uma área concreta de actividade profissional, o que se reflecte em recursos humanos pouco experientes e provisórios, realidade que requer alteração, através da criação de obras de referência associadas à possibilidade de formação específica na área. Paralelamente à formação, os decisores e interventores devem pautar as suas acções de forma ética, sempre conscientes que o alvo de intervenção humanitária é o Outro na unicidade que o caracteriza e envolvido dos direitos que lhe confere a condição humana. Através de exemplos reais, como o Tsunami no Indico em Dezembro de 2004, podemos efectuar uma análise das actuações práticas neste campo e comparar a sua proximidade aos pressupostos teóricos.

Crises situations, consequences of natural or technological disasters, occur transversally in the world, more marked in the less developed countries, but also in developed countries, causing the greatest tragedy of all: the loss of Human lives. With the intention of minimize this reality, national and international, civil and military organizations, many times in cooperation, work in a context of humanitarian intervention, a reality that will be foreseen exponential, and desired more impregnated of rigour and carried out with planning. Constituting one of the international most discuss topics, it demands a reflected participation for all, since more than help, the humanitarian intervention, is a form of social promotion and a way to dignify the Human Being. According to the related bibliography, the humanitarian intervention in catastrophe situations, demands an urgent professionalization guided by specific training, in order to minimize eventual lack of knowledge of the involved professionals. In Portugal this does not constitute yet a concrete area of professional activity, which is reflected on inexperienced and temporary human resources, a reality that requires changes, through the creation of reference work associated to the possibility of specific training in the area. Simultaneously, the stakeholders must run their actions on an ethical form, always keeping in mind that the target of humanitarian intervention is the Other, involved in his singularity and rights conferred by his human condition. Based in real examples, as the Indic Tsunami in December 2004, we can also analyse the practical implications in this area and compare their proximity to the theoretical concepts.