Utilize este identificador para referenciar este registo: http://hdl.handle.net/10071/12249
Autoria: Almeida, M. A. P. de
Editor: Rita Luís, Carla Luciana Silva, Luciana Soutelo
Data: 2014
Título próprio: A memória oral na construção de imagens da revolução no Alentejo
Paginação: 128 - 142
ISBN: 9789899899803
Resumo: O registo das memórias orais é importante para transmitir imagens dos acontecimentos passados, muitas vezes diferentes das que foram registadas por jornalistas, investigadores e autores das mais variadas áreas. As “Visões da Revolução” no Alentejo estão obrigatoriamente associadas ao movimento da Reforma Agrária que dominou a vida política, económica e social da região durante um longo período após o 25 de abril de 1974. Com o objetivo de recolher, analisar e sintetizar essas imagens, realizei uma série de entrevistas aos intervenientes no movimento num concelho do distrito de Portalegre que assumiu um papel de liderança em todo o processo. Vários autores têm usado a memória oral, a etnobiografia e as histórias de vidas cruzadas como fonte para trabalhos de investigação científica. Praticamente todos os que escreveram sobre Reforma Agrária realizaram um importante trabalho de campo, utilizando o privilégio de contactar diretamente com os atores da história que tinham acabado de presenciar. Como diz António Barreto, a recolha da memória oral tem a vantagem de permitir o contacto direto com as testemunhas dos acontecimentos, o que tem um valor inestimável (Barreto, 1986). Neste trabalho pretendo apresentar uma síntese das histórias de vida de uma geração em vias de desaparecimento, ou em grande parte já desaparecida, que viveu o regime do Estado Novo em meio rural e participou ativamente na transição para a democracia. As entrevistas foram realizadas a membros das várias classes sociais intervenientes no processo da Reforma Agrária e produziram uma variedade de histórias de vida que não deveria perder-se com o falecimento dos protagonistas. O critério de seleção obedeceu a uma tentativa de amostragem do ecletismo da população local. Saliento que quase todos tinham mais de 60 anos à data da entrevista. Alguns estavam na casa dos 30 no período das ocupações, incluindo os líderes locais do processo. Considerando que a maioria da população portuguesa atual é urbana e toma o regime democrático como algo adquirido e incontestável, talvez a leitura de vivências rurais dos anos 40 e 50, e do período revolucionário português da segunda metade dos anos 70 do século passado, permita a tomada de consciência de uma série de fatores formadores do regime em que vivemos e de alguns dos problemas que afetam a sociedade portuguesa contemporânea. Em resumo, tentei responder às seguintes questões: Quem eram os habitantes do meio rural dos meados do século XX? Como viviam, como se comportavam? Quais as suas aspirações e qual o papel da agricultura nas suas vidas? Como eram essas pessoas, o que as motivava? E depois, qual o impacto da reforma agrária nestes grupos, tanto no dos ocupados como no dos ocupantes?
Arbitragem científica: yes
Acesso: Acesso Aberto
Aparece nas coleções:CIES-CLN - Capítulos de livros nacionais

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