O vaivém do tear: Etnografia urdida no concelho de Abrantes

Abstract

“O vaivém do tear. Etnografia urdida no Concelho de Abrantes” é um trabalho de pesquisa etnográfica que tem por objecto a tecelagem manual na sua dimensão actual, viva mas em declínio, nessa região portuguesa. Descreve essa actividade a partir da observação da sua prática e do saber e técnicas em que se baseia. Procura mostrar através das memórias e histórias locais as transformações sociais e económicas, regionais e nacionais, que levaram à sua retracção e ao processo de patrimonialização que se tenta hoje levar a cabo. Produzida no âmbito de um curso de mestrado centrado na relação entre a antropologia, a imagem e os processos de comunicação, esta tese explora ainda a possibilidade de a descrição e interpretação etnográfica se socorrer de outros meios que não os meramente textuais. Dessa forma, a par de uma estratégia de descrição etnográfica tradicional, fundamentalmente baseada na escrita, explora as possibilidades de relação entre a antropologia e a arte para, através do desenho e das suas possibilidades expressivas, oferecer ao presente e à memória futura um retrato não apenas multiforme mas também potencialmente mais rico dos seus agentes, dos seus contextos e dos modos diversos como é pensado e projectado contemporaneamente.

“O vaivém do tear. Etnografia urdida no Concelho de Abrantes” is an ethnographic work on the manual weaving in its current but declining condition in this region of Portugal. It describes this activity through the observation of the practical knowledge and techniques on which it relies. Moreover this thesis seeks to show through the local agents memories and stories the social and economic transformations, regional and national, which led to its retraction process and to the heritage recognizing process in course. Produced within a Masters course centred on the relationship between anthropology, image and communication, this thesis explores the descriptive and interpretive value of images and drawing alongside the traditional use of textual means in ethnographic research