Management accounting change in health sector

Abstract

This thesis relates to management accounting changes occurred in the Portuguese health sector. Introducing a responsibility centre within a cardiothoracic surgery service led to a change process despite pressures for stability. The change was driven by institutional entrepreneurship steered by power strategies. The institutionalization of change was conditioned by entrepreneurship that flowed through three circuits of power. The case demonstrates the role of power relations in initiating and blocking institutional change when implementing innovative accounting. We demonstrate that accounting innovations must always be interpreted in the context of the broader macro-economy, in this case, a context characterized by austerity politics. Moreover, the pursuit of efficiency in health care delivery has led to the development of a project for implementing activity-based costing (ABC) in a Portuguese hospital. The tensions that arise between the care (quality) and business logics, constitute a paradox that doctors from this hospital recognized as to be possible to overcome by using ABC. ABC became a tool to account for the outcomes of medical care, allowing comparisons between clinical practices, also providing a common language between managers and doctors. The case demonstrates that ABC could bridge tensions arising between competing institutional logics, enhancing its applicability in health care settings. Our focus was upon a set of actors that usually are not regarded in both paradox and institutional complexity theories. Therefore, we contribute to the existing literature on hybrid organizations and paradox theory, by highlighting how professionals and managers differentially experience paradoxes that arise from competing institutional logics that persist over time.

Esta tese refere-se a mudanças na contabilidade de gestão ocorridas no sector de saúde Português. Apesar das pressões para a estabilidade, a introdução de um centro de responsabilidade num serviço de cirurgia cardiotorácica induziu um processo de mudança. A mudança foi impulsionada pelo empreendedorismo institucional direccionado por estratégias de poder, fluindo através de três circuitos de poder. O caso demonstra o papel das relações de poder ao iniciar e bloquear mudanças institucionais decorrentes da implementação de novas práticas de contabilidade, sendo que essas práticas devem sempre ser interpretadas num contexto macroeconómico mais amplo, neste caso, um contexto caracterizado por políticas de austeridade. Além disso, a busca pela eficiência na prestação de cuidados de saúde convergiu na implementação de um projeto de custeio baseado em atividades (ABC) num hospital Português. As tensões que surgem entre as lógicas de cuidado (qualidade) e de gestão, constituem um paradoxo que os médicos desse hospital reconheceram como sendo possível superar pelo uso do ABC. O ABC tornou-se uma ferramenta de aferição dos resultados dos cuidados médicos, permitindo comparações entre práticas clínicas, constituindo igualmente uma linguagem comum entre médicos e gestores. O caso demonstra que o ABC pode colmatar as tensões originadas por lógicas institucionais divergentes, evidenciando a sua aplicabilidade em organizações de saúde. Focámo-nos num conjunto de atores que geralmente não são considerados nas teorias do paradoxo e da complexidade institucional. Portanto, contribuímos para esta literatura, realçando como médicos e gestores experimentam diferencialmente paradoxos que surgem de lógicas institucionais concorrentes, que persistem ao longo do tempo.