Bullies, vítimas, bullies-vítimas e bystanders: a empatia e a regulação emocional da auto-eficácia

Abstract

Este estudo tem em vista compreender a relação dos diferentes intervenientes que actuam no processo de bullying – bullies, vítimas, bully-vítimas e bystanders - com a empatia, a regulação da auto-eficácia, a idade e o sexo. Com uma amostra de 256 estudantes da região de Lisboa, através da utilização de um questionário, verificou-se uma relação positiva significativa dos participantes que se identificam como bystanders com a idade e com uma tendência relativa ao sexo. Também se obteve uma relação positiva significativa dos participantes que se identificam como vítimas com a gestão de stress. Por outro lado, verificaram-se relações negativas significativas, quando os participantes se identificavam como vítimas, e, quando os participantes se identificavam como bully-vítimas, ambas relacionadas com a idade. Porém houve resultados não esperados, nomeadamente, não se obteve nenhum resultado significativo quando os participantes se identificavam como bullies e também não se conseguiu apurar resultados em relação à empatia. Contudo, o trabalho reflectiu que é importante dar mais atenção ao papel exercido pelos participantes que se identificam como bully-vítimas e bystanders de modo a complementar a eficácia nos programas de intervenção de prevenção ao bullying.

This study aims to understand the relationship of different roles in the process of bullying - bullies, victims, bully-victims and bystanders - with empathy, the regulation of self-efficacy, age and sex. A questionnaire was used for a sample of 256 students taken from the region of Lisbon. There was a positive and significant relationship of the participants who identify themselves as bystanders with age and with a tendency on the sex. It was also verified a positive and significant relationship of the participants who identify themselves as victims with stress management. On the other hand, there was a negative and significant relationship when the participants identified themselves as victims, and when the participants identified themselves as bully-victims, both related with age. However there were unexpected results: there was not any significant result for participants identified themselves as bullies as well as for those related with empathy. Nevertheless, the study shows the important role of the victim, bully-victim and bystander in the process of bullying, highlighting the need to improve interventions to prevent bullying by promoting emotional competences of individuals who are identified with these roles.